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Taxação de apostas esportivas: relator atende Turismo, Embratur e Esportes e inclui cassinos online

Tributação a 'bets' será de 18% e apostadores pagarão alíquota de 30% em prêmios acima de R$ 2.112

12 set 2023 - 23h00
(atualizado em 13/9/2023 às 11h42)
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BRASÍLIA - O deputado Adolfo Viana (PSDB-BA), relator do projeto de lei que regulamenta as apostas esportivas online, contemplou o Ministério do Turismo, a Embratur e o Ministério dos Esportes na divisão dos recursos da arrecadação dos sites de jogos.

Medida provisória regulariza mercado de aposta esportiva no Brasil
Medida provisória regulariza mercado de aposta esportiva no Brasil
Foto: Divulgação / Estadão

O relatório de Viana prevê que os sites deverão ser taxados com uma alíquota de 18% sobre o chamado GGR (gross gaming revenue, na sigla em inglês), ou seja, sobre a receita obtida com os jogos, subtraídos os prêmios pagos aos apostadores.

O rateio (veja detalhamento abaixo) beneficia os ministérios do Turismo (4%) e dos Esportes (4%) - que passou para o comando do Centrão. A posse do novo ministro dos Esportes, André Fufuca, que é deputado do PP, está prevista para esta quarta-feira, 13.

A área de esportes terá ingerência sobre mais 2,63% de verbas que serão destinadas a clubes e atletas. O relator também previu repasse para os comitês olímpico e paralímpico e confederações brasileiras de esportes escolares e universitários, além de comitês de clubes.

O projeto não fala sobre quem vai administrar a secretaria criada para gerir este setor, que chegou a ser negociada com o Centrão na reforma ministerial. Originalmente, ela foi desenhada como órgão vinculado ao Ministério da Fazenda.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a discussão sobre com quem ficará a secretaria ainda será feita, após a posse de Fufuca, e que o texto que tramita na Câmara não poderia alterar estruturas do Executivo, uma vez que se trata de um projeto de lei de iniciativa do Legislativo.

O Ministério do Turismo, comandado pelo deputado Celso Sabino (União-PA), acabou ficando com uma parte maior do que a inicialmente prevista (3%). Durante as negociações, deputados chegaram a cogitar dividir esse porcentual com a Embratur, mas a agência que promove a atividade, a cargo do também deputado Marcelo Freixo (PT-RJ), foi atendida com 1% fora da cota de Sabino.

O texto também destina 1% extra para o MEC investir em escolas técnicas - outros 0,82% já estavam na conta, com destinação prevista para o ensino fundamental. O restante (2%) vai para a Seguridade Social - um quinto da fatia inicialmente prevista, de 10%.

O relatório foi apresentado na noite desta terça-feira, 12, após dias intensos de negociação sobre a divisão da arrecadação. Viana chegou a propor a redução da alíquota para 18%, mas disse que foi vencido pela maioria dos deputados, que defendeu a manutenção da taxação, com a previsão de repasse aos ministérios.

O texto de Viana exige que os sites façam propaganda alertando para os perigos no vício dos jogos, a exemplo do que ocorre hoje com o cigarro. O pedido foi feito inicialmente pela bancada do PSDB, mas segundo ele, foi acolhida por outras bancadas. O tema é delicado também entre parlamentares do segmento evangélico.

Cassinos online

O parlamentar também prevê que todos os jogos pela internet - inclusive os cassinos online - sejam regularizados e taxados. A proposta inicial da Fazenda previa a regulamentação apenas para o segmento de apostas esportivas, mas o entendimento do deputado é o de que a atividade desses sites é mais ampla e não faria sentido separá-la.

Viana afirmou que o texto também prevê que os sites deverão ter contas em instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, com transações como recebimento ou pagamento de apostas, por esta via. A iniciativa, na sua avaliação, dificulta a atuação de sites estrangeiros que queiram burlar a tributação no Brasil.

O deputado tucano manteve ainda em seu texto a previsão de cobrança de R$ 30 milhões a título de outorga para os sites que queiram atuar no Brasil. O prazo fixado no texto é de cinco anos, segundo Viana.

Apostadores

Já os apostadores terão isenção de Imposto de Renda em prêmios até R$ 2.112. Acima desse valor, a previsão de taxação é de 30%, como proposto pelo governo. Viana também cogitou elevar essa faixa para ampliar o limite de isenção, mas a ideia não prosperou.

A previsão de arrecadação que circula entre os deputados é que a medida possa recolher até R$ 18 bilhões com a regulamentação dos sites de apostas. O governo federal previu apenas R$ 700 milhões de receita advinda deste projeto na proposta orçamentária de 2024.

Rateio da arrecadação

Como era:

  • 2,55% ao Fundo Nacional de Segurança Pública
  • 0,82% à escola fundamental
  • 1,63% aos clubes, como contrapartida à cessão do nome
  • 10% à seguridade social
  • 3% ao Ministério do Esporte

Como fica:

  • 2,55% ao Fundo Nacional de Segurança Pública
  • 4% ao Ministério do Turismo
  • 1% à Embratur
  • 4% ao Ministério do Esporte
  • 1% a comitês esportivos
  • 1,63% aos clubes e atletas, como contrapartida à cessão do nome
  • 2% à seguridade social
  • 1,82% ao Ministério da Educação

Medida provisória regulariza mercado de aposta esportiva no Brasil
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Foto: Divulgação / Estadão
Estadão
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