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Taxas caem em contratos de DIs a partir de 2026 em meio a temor de recessão nos EUA

5 ago 2024 - 17h01
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A aversão a ativos de maior risco nos mercados globais trouxe volatilidade para a renda fixa no Brasil, mas as taxas dos DIs se firmaram em baixa durante a tarde nos contratos a partir de janeiro de 2026, refletindo a queda dos rendimentos mais longos dos Treasuries no exterior em meio ao temor de recessão nos Estados Unidos.

A taxa do contrato para janeiro de 2025, no entanto, fechou em leve alta, em meio à percepção de que o dólar em patamares elevados ante o real aumenta as chances de o Banco Central subir a taxa básica Selic no curtíssimo prazo.

No fim da tarde desta segunda-feira a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 -- que reflete a política monetária no curtíssimo prazo -- estava em 10,58%, ante 10,564% do ajuste anterior.

A taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,22%, ante 11,278% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,42%, ante 11,49%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 11,79%, ante 12,824%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 11,8%, ante 12,828%.

No início do dia, o sell-off (liquidação) nos mercados globais colocou os índices de ações em forte baixa e o dólar em alta firme ante as divisas de emergentes, como o real.

Os rendimentos dos Treasuries também cediam, com investidores visualizando chances ainda maiores de o Federal Reserve cortar sua taxa de juros em 50 pontos-base em setembro -- e não em 25 pontos-base como era precificado há uma semana.

Neste cenário, a taxa do DI para janeiro de 2027 -- um dos mais líquidos -- atingiu a mínima de 11,31% às 10h14, em baixa de 18 pontos-base.

Entre os fatores citados para o movimento de sell-off estavam o receio de uma recessão nos EUA após dados fracos de emprego na sexta-feira; a continuidade da liquidação de operações de carry-trade com o iene pós o Banco do Japão subir juros na semana passada; os receios de que haja uma escalada no conflito envolvendo Israel no Oriente Médio; e a decepção com balanços de companhias nos EUA, com a Berkshire Hathaway do empresário Warren Buffett reduzindo metade de sua participação na Apple.

As taxas dos DIs demonstraram recuperação ainda pela manhã e chegaram a oscilar no território positivo, após o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informar que seu índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor não manufatureiro dos EUA aumentou para 51,4 no mês passado, de 48,8 em junho -- o nível mais baixo desde maio de 2020. Economistas consultados pela Reuters previam que o PMI de serviços subiria para 51,0 em julho.

Durante a tarde, porém, as taxas voltaram a ceder entre os contratos a partir de janeiro de 2026.

"Os (rendimentos dos) Treasuries caem e derrubam os juros por aqui um pouco", comentou à tarde o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior. "A chance de recessão nos EUA aumentou consideravelmente. E se a recessão vier, o ajuste dos ativos nem começou ainda", acrescentou.

O contrato para janeiro de 2025, no entanto, destoou do restante da curva, encerrando o dia com a taxa em leve alta. De acordo com o economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano, o fato de o dólar estar em patamares elevados ante o real fez o mercado ver chances maiores de a Selic, hoje em 10,50% ao ano, ter que subir nos próximos meses.

Embora o dólar tenha perdido parte do fôlego durante o dia, ele chegou a ser cotado em 5,8655 reais no mercado à vista no início da sessão.

"(Hoje) o mercado está aumentando a chance de juros (Selic) mais altos, seja na próxima (reunião do Copom), seja nas subsequentes", pontuou Serrano.

Para o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado, a curva brasileira esteve alinhada nesta segunda-feira ao pânico externo.

"O fato é que o movimento de fraqueza do real impacta a inflação. E não é apenas o pico pontual do dólar. Estamos com um longo período de dólar alto", disse.

Com o movimento desta segunda-feira, perto do fechamento a curva brasileira precificava 57% de chances de manutenção da Selic em 10,50% ao ano em setembro. A probabilidade de alta de 25 pontos-base estava em 43%. Na sexta-feira os percentuais eram de 72% e 28%.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries mais longos seguiam em queda no fim da tarde, enquanto os curtos estavam próximos da estabilidade. Às 16h49, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 3 pontos-base, a 3,762%. Já o rendimento do Treasury de dois anos--que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo-- estava estável, a 3,875%.

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