Taxas de juros devem interromper ritmo de alta, segundo BC
“Sempre que tem uma mudança no ciclo, tem reação nas taxas ativas"
As taxas de juros não devem seguir em ritmo de aumento, como observado nos últimos meses, de acordo com a avaliação do chefe do departamento econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.
Essa expectativa é devido à interrupção do ciclo de alta da taxa básica Selic, que serve de referência para os juros cobrados pelos bancos. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu manter a Selic em 11% ao ano. “Sempre que tem uma mudança no ciclo, tem reação nas taxas ativas. As vezes não exatamente no mesmo momento. A tendência é que essa elevação das taxas de juros no ritmo que foi observado nos últimos 12 ou 13 meses não se mantenha”, disse Maciel.
De março para o mês passado, a taxa de juros do crédito livre para famílias subiu 0,4 ponto percentual para 42% ao ano. Já para as empresas, houve queda de 0,2 ponto percentual para 22,9% ao ano. No caso do cheque especial, houve alta de 2,5 ponto percentual para 161,8% ao ano. Também houve alta no crédito pessoal: 5 ponto percentual para 99,1% ao ano. A taxa média do crédito consignado ficou estável em 25,3% ao ano e para a compra de veículos caiu 0,9 ponto percentual para 22,6% ao ano.
Hoje o BC também informou que saldo das operações de crédito chegou a R$ 2,777 trilhões, em abril, com alta de 0,6% no mês e 13,4% em 12 meses encerrados em abril. A projeção do BC para o ano é que o crédito cresça 13%. No ano passado, a expansão ficou 14,6%. Segundo Maciel, a moderação no crescimento do crédito “é importante em termos de sustentabilidade”.