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Taxas dos DIs caem em dia de alívio no câmbio e posse de Trump

20 jan 2025 - 17h07
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As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira em baixa, refletindo o recuo firme do dólar ao redor do mundo em uma sessão de otimismo, após notícia de que Donald Trump não imporá novas tarifas de importação em seu primeiro dia na Presidência dos Estados Unidos.

No Brasil, o alívio das cotações do dólar ante o real também favorecia a redução de prêmios, em uma sessão em que o Banco Central entrou nos negócios por meio de dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra no futuro).

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para julho de 2025 -- um dos mais líquidos no curtíssimo prazo -- estava em 14,04%, ante o ajuste de 14,031% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 14,935%, com queda de 3 pontos-base ante o ajuste de 14,963%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 15,02%, em baixa de 13 pontos-base ante 15,153% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,96%, ante 15,07%.

O principal evento do dia -- a posse de Trump na Presidência dos EUA -- coincidiu com o feriado do Dia de Martin Luther King, que manteve a bolsa de Nova York fechada, deixando as negociações sem a referência dos Treasuries e reduzindo a liquidez nos mercados de câmbio globais.

Parte da pressão antes da posse foi retirada após uma matéria do Wall Street Jornal informar que Trump divulgará um memorando nesta segunda-feira instruindo as agências a investigarem os déficits comerciais e as práticas comerciais injustas, mas não adotará novas tarifas em seu primeiro dia no cargo.

A adoção de novas tarifas de importação por parte dos EUA tem sido um dos fatores de suporte para a curva de juros norte-americana e para o dólar ante as demais divisas, em meio à percepção de que isso elevará a inflação e obrigará o Federal Reserve a manter os juros elevados.

Com a notícia do Wall Street Jornal, a moeda norte-americana passou a ceder ante as divisas fortes e em relação a quase todas as divisas de países emergentes, incluindo o real.

No Brasil, a queda do dólar encontrou suporte ainda nos dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra no futuro) do Banco Central, nos quais foram injetados no sistema 2 bilhões de dólares.

Neste cenário, as taxas dos DIs cederam, em especial nos contratos mais longos.

"Levaremos de 45 a 60 dias para entender o que Trump vai fazer de fato na Presidência. Será preciso esperar, porque isso tem a ver com o que o Fed vai fazer em matéria de juros -- o que para mim é a grande interrogação", comentou Alexandre Espirito Santo, economista da Way Investimentos.

"Se o Fed parar de cortar juros ou reverter (o ciclo para altas), isso muda bastante o mercado brasileiro", acrescentou, afirmando que o ambiente mais favorável nesta segunda-feira, com a queda global do dólar, justificava o recuo das taxas dos DIs no Brasil.

No trecho curtíssimo da curva, porém, as taxas pouco variaram, mantendo a precificação para o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no fim deste mês.

Perto do fechamento a curva precificava 90% de probabilidade de elevação de 100 pontos-base da taxa básica Selic no fim deste mês, contra 10% de chance de aumento de 125 pontos-base. Na sexta-feira os percentuais eram de 88% e 12%, respectivamente. Atualmente a Selic está em 12,25% ao ano.

No relatório Focus divulgado pela manhã, as projeções do mercado seguem indicando um cenário de dificuldades para o controle da inflação no Brasil. A mediana das projeções no Focus para a inflação em 2025 passou de 5,00% para 5,08% e em 2026 foi de 4,05% para 4,10% -- em ambos os casos mais distantes do centro da meta de inflação contínua perseguida pelo BC, de 3%.

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