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Taxas dos DIs sobem com mercado à espera de dados e medidas fiscais

22 nov 2024 - 16h57
(atualizado às 17h57)
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As taxas dos DIs fecharam a sessão em alta, com o mercado à espera da divulgação do relatório bimestral de programação de receitas e despesas do governo federal, na noite desta sexta-feira, e do pacote de medidas fiscais para os próximos anos, na semana que vem.

O avanço dos prêmios no Brasil ocorreu a despeito de no exterior os rendimentos dos Treasuries estarem em baixa.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 -- que reflete as apostas para a Selic no curtíssimo prazo -- estava em 11,488%, ante 11,469% do ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2027 marcava 13,375%, ante o ajuste de 13,325%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,05%, ante 12,995% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,94%, ante 12,876%.

Em um dia de agenda de indicadores esvaziada no Brasil, a expectativa em relação à área fiscal mais uma vez ditou o ritmo dos DIs.

Na noite de quinta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou a possibilidade de alteração da meta fiscal de 2024 e indicou que o bloqueio no Orçamento determinado a partir da revisão das receitas e despesas para o ano deve ficar pouco acima dos 5 bilhões de reais.

Na noite desta sexta-feira os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento divulgarão nota sobre o relatório depois das 21 horas, colocando os números em perspectiva, mas a entrevista coletiva de imprensa sobre os dados ocorrerá apenas na próxima semana.

A meta do governo para este ano é de resultado primário zero, com uma margem de tolerância é de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB).

Haddad também afirmou na véspera que haverá na segunda-feira reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o pacote fiscal, que mira cortes de gastos nos próximos anos. A data de anúncio será decidida a partir deste encontro.

A ansiedade em torno do relatório desta sexta-feira e, principalmente, do pacote da próxima semana influenciou os negócios com juros futuros e com o dólar, conforme profissional de um banco de investimentos ouvido pela Reuters.

Segundo ele, pela manhã as taxas e o dólar atingiram alguns picos em meio à especulação sobre o tamanho do pacote. Posteriormente houve certa devolução de prêmios no mercado de DIs, enquanto o dólar se reaproximava da estabilidade ante o real.

No fim do dia a curva de juros traduzia a cautela dos investidores antes dos anúncios do governo, precificando chances ainda maiores de o Banco Central em dezembro aumentar em 75 pontos-base a taxa básica Selic, hoje em 11,25% ao ano.

Perto do fechamento a curva brasileira precificava 74% de probabilidade de alta de 75 pontos-base da Selic no próximo mês e 26% de chance de elevação de 50 pontos-base. Na véspera os percentuais eram de 65% e 35%, respectivamente.

No exterior, os yields seguiam em leve baixa. Às 16h43 o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 2 pontos-base, a 4,412%.

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