Tebet projeta rombo de R$ 120 bilhões nas contas públicas
Valor está acima do divulgado nesta quarta-feira; ministra disse que relatório não considerou novo salário mínimo
A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), revelou que a estimativa do déficit orçamentário do governo para 2023 é de R$ 120 bilhões, acima do previsto e anunciado pela pasta anteriormente. Na última quarta-feira, 22, a SOF (Secretaria de Orçamento Federal) e a Secretaria do Tesouro Nacional divulgaram um relatório que projetava um déficit de R$ 107,6 bilhões.
A ministra, no entanto, disse que o relatório divulgado ontem não considerava o aumento do salário mínimo. A previsão é de que o valor seja reajustado em maio, passando de R$ 1.302 para R$ 1.320. O reajuste foi confirmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Tebet também afirmou que o governo deve cortar despesas para reduzir o rombo nas contas públicas: “Está dentro do prazo para que os ministérios revejam todos os restos a pagar, todos programas e ações que estavam sendo realizados, e contratos do ano passado, para ver não só a legalidade deles, como também agora a necessidade ou não desses mesmos gastos."
Apesar da projeção feita pela ministra, o valor ainda é inferior ao estimado no orçamento de 2023, quando foi previsto um déficit de R$ 230 bilhões. "É uma projeção, mas ela está caminhando no sentido que nós queremos de que o déficit fiscal no Brasil não se encerrará com R$ 230 bilhões, mas algo em torno, agora, com essa projeção, de R$ 107 bilhões. Podemos ter uma pequena alteração quando vier o reajuste do salário mínimo em torno de mais alguns gastos, em R$ 120 bilhões", analisou.
A ministra participou do 1º Congresso Nacional de Gestão Pública, evento em Brasília. Além de Tebet, estiveram presentes no encontro os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
O que é déficit primário ?
O déficit primário ou orçamentário ocorre quando o valor das despesas de um governo é maior que as suas receitas, mesmo antes do pagamento de juros da dívida pública.