TelexFree: mulher de dono é solta, mas não pode sair dos EUA
A TelexFree é acusada de uma fraude bilionária que operou nos EUA, Brasil e outros países da América Latina
Um juiz federal americano liberou Katia Wanzeler, mulher de um dos sócios da TelexFree, segundo informações publicada pelo jornal Boston Globe. Ela havia sido presa em 15 de maio no aeroporto JFK, tentando fugir para o Brasil, assim como fez seu marido Carlos Wanzeler. A TelexFree é acusada de uma fraude bilionária que operou nos EUA, Brasil e outros países da América Latina.
Entenda como funciona uma pirâmide financeira e evite o golpe
O processo corre sob segredo de Justiça, mas o Boston Globe afirma que duas pessoas próximas ao caso relataram que ela prestou depoimento e deixou a prisão na última sexta-feira. No entanto, o passaporte de Katia está retido e ela não pode deixar o Estado de Massachussetts. Ela não é acusada no processo, mas é testemunha material do caso.
Outro sócio da TelexFree, James Merrill está detido e aguarda julgamento. As autoridades americanas acreditam que Carlos Wanzeler está no Brasil. Conforme a Constituição, o governo brasileiro não é obrigado a deportar cidadãos acusados no exterior.
Esquema pirâmide
O principal órgão regulador do mercado de títulos no Estado de Massachusetts acusou a TelexFree de promover um esquema de pirâmide que movimenta US$ 1 bilhão junto a públicos que incluem brasileiros residentes nos Estados Unidos. William Galvin, secretário de Estado de Massachusetts, afirmou que a empresa ofereceu títulos fraudulentos e não registrados no Estado e fez falsas promessas a potenciais participantes de que poderiam ficar ricos rapidamente.
"Esquemas de pirâmide não são nada de novo, nem esquemas que focam em públicos específicos, mas a comunicação moderna permite um amplitude global para eles", disse Galvin em comunicado. Nos EUA, participantes do esquema têm que pagar US$ 289 por um kit de publicidade ou US$ 1.375 por cinco kits. Em troca pela publicação de anúncios publicitários pré-escritos em determinados sites, a companhia prometia retornos anuais de até 250%, disse Galvin.
Esquemas de pirâmide pagam mais aos participantes para recrutarem novos membros do que para venderem os produtos oferecidos. A TelexFree entrou com pedido de recuperação judicial no Estado norte-americano de Nevada na segunda-feira. Representantes da companhia não puderam ser contatados de imediato. "Por meio da oferta ou venda de títulos não registrados, a TelexFree tem causado e continua a causar grande prejuízo para minorias pouco instruídas ao atraí-las pelo falso pretexto de enriquecimento rápido", afirma a acusação.
A empresa anunciou, através de um comunicado em sua página na internet, que suspendeu todas as suas atividades enquanto cuida de pendências com a Corte de Falências dos Estados Unidos e outras agências governamentais americanas.