Na ONU, Temer critica protecionismo e nacionalismo exagerado
Em um discurso mais centrado em questões internacionais do que nas crises internas, o presidente Michel Temer abriu a 72ª Assembleia Geral da Organização nas Nações Unidas, nesta terça-feira, com críticas ao protecionismo e a "nacionalismos exacerbados" como soluções para as crises mundiais.
"Não é razoável supor que ideias que, no passado, já se mostraram equivocadas possam, agora, render bons frutos. Recusamos os nacionalismos exacerbados. Não acreditamos no protecionismo como saída para as dificuldades econômicas - dificuldades que demandam respostas efetivas para as causas profundas da exclusão social", disse Temer, o primeiro chefe de Estado a discursar.
Em sua segunda participação na Assembleia Geral, Temer fez uma defesa das reformas econômicas que o país tem passado e tentou apresentar um Brasil que está deixando para trás a recessão e está aberto para o mundo, deixando de lado a defesa do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que norteou parte do discurso feito por ele no ano passado.
"O Brasil atravessa momento de transformações decisivas. Com reformas estruturais, estamos superando uma crise econômica sem precedentes. Estamos resgatando o equilíbrio fiscal. E, com ele, a credibilidade da economia. Voltamos a gerar empregos. Recobramos a capacidade do Estado de levar adiante políticas sociais indispensáveis em um país como o nosso", disse.
Esse Brasil que está fazendo reformas econômicas, afirmou, é um "país mais aberto ao mundo".
"É essa atitude de abertura que trazemos à ONU e que levamos ao Mercosul, ao G20, ao Brics, ao Ibas e a todos os foros de que participamos. É essa atitude de abertura que adotamos com cada um de nossos parceiros -- na nossa região e além dela", disse.
Temer defendeu ainda um "sistema de comércio internacional aberto e baseado em regras" e criticou as barreiras internacionais, especialmente as agrícolas.
Citando a próxima reunião ministerial da OMC, disse que "pendências antigas" terão que ser resolvidas.
"São pendências que prejudicam, sobretudo, países em desenvolvimento. Teremos que avançar no acesso a mercados de bens agrícolas, na eliminação de subsídios à agricultura que distorcem o comércio. Confiamos que, juntos, saberemos produzir resultados", disse.