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Tereza Cristina se dispõe a ir à China negociar retomada de exportação de carne bovina

19 out 2021 - 16h39
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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, enviou uma carta ao ministro-chefe da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) e se colocou à disposição para ir ao país asiático tratar pessoalmente da retirada da suspensão de vendas de carne bovina aos chineses, informou a pasta agrícola brasileira em nota.

Ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina Dias. 
10/10/2019
REUTERS/Amanda Perobelli
Ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina Dias. 10/10/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Segundo o comunicado, a ministra ainda aguarda resposta da autoridade chinesa e, portanto, não há data confirmada para um encontro com o principal país comprador da proteína.

As exportações de carne bovina do Brasil para a China foram suspensas no dia 4 de setembro em respeito a um protocolo firmado entre os dois países, que determina esse curso de ação no caso da doença Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como "vaca louca".

O Brasil confirmou dois casos atípicos da patologia, mas que não causam risco ao rebanho, conforme avaliação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês).

"Nesse mesmo protocolo (entre Brasil e China), não estão definidos os passos para a retomada do comércio. Assim, da forma como está acordado hoje, a decisão cabe à China. A revisão do protocolo, iniciada em 2019, é um dos muitos temas sobre a mesa em negociação entre os dois países", afirmou o ministério.

Com base em um caso de vaca louca ocorrido em 2019, quando as exportações para a China ficaram suspensas por 13 dias, o mercado brasileiro esperava que a paralisação nos embarques fosse retirada em um prazo semelhante. Entretanto, o bloqueio já dura 45 dias, sem retorno dos chineses.

O Ministério da Agricultura ressaltou no comunicado que o Brasil foi totalmente transparente com as autoridades sanitárias chinesas, informando da possibilidade da doença antes mesmo da confirmação oficial, realizada por laboratório canadense.

"Desde então, temos atendido pronta e tempestivamente todos os pedidos de informação que nos são dirigidos. Além disso, encaminhamos solicitação para reunião técnica, ainda não agendada pelas autoridades chinesas, que alegam estarem analisando as informações enviadas."

A pasta reafirmou que não há como estabelecer uma data para a retomada das exportações de carne bovina para a China, pois a decisão não cabe ao governo brasileiro e demonstrou atenção ao cenário da indústria.

"Temos acompanhado de perto e com preocupação a situação dos frigoríficos", disse o ministério.

No mês passado, a suspensão não apareceu nos números oficiais de exportação da proteína brasileira, pois cargas certificadas antes da paralisação foram enviadas, mas em outubro a média diária de embarques de carne bovina do Brasil já caiu quase pela metade.

O volume de carne bovina exportado pelos brasileiros no acumulado deste mês até a terceira semana está em 45,69 mil toneladas, segundo dados da Secex, menos de um terço do total embarcado em outubro do ano passado, de 162,68 mil toneladas.

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