Brasil e Venezuela têm protagonistas no judô do Parapan
Nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, dois dos melhores judocas paraolímpicos vão acirrar as disputas do judô. O brasileiro Antônio Tenório e a venezuelana Naomi Soazo, medalhistas olímpicos, já têm vagas garantidas para a Paraolimpíada de Londres 2012, mas antes fazem uma parada no México para se consagrarem no continente.
Antônio Tenorio, 40 anos, é o único judoca a ganhar quatro medalhas de ouro consecutivas em Jogos Paraolímpicos, em Atlanta (1996), Sydney (2000), Atenas (2004) e Pequim (2008). Apesar da idade, o mito do judô paraolímpico internacional ambiciona o pódio em Guadalajara e, se tudo der certo, o ouro. A categoria de Tenório no Parapan terá disputas difícil com atletas fortes do EUA, Cuba e Canadá.
Tenório ficou completamente cego do olho esquerdo por causa de um acidente de estilingue, quando ainda era criança. Desde então, o judoca já percorreu um longo caminho. Há mais de 30 anos no esporte, o brasileiro treina junto à Seleção Brasileira da modalidade por quatro horas diárias.
Com um bronze conquistado no Mundial da IBSA, que ocorreu em abril, em Antalya, Turquia, Tenório carimbou sua vaga para Londres 2012.
Nas disputas femininas, Naomi Soazo, que tem metade da idade de Tenório, tornou-se a primeira venezuelana a ganhar uma medalha paraolímpica de ouro, nos Jogos de Pequim 2008. Junto a Tenorio, ela é a atleta a ser batida no Parapan de Guadalajara.
A venezuelana sofre de altos níveis de miopia e astigmatismo e, por isso, tem dificuldades para ler ou ver objetos. Sua visão é bastante embaçada e na maior parte do tempo ela vê apenas local sombras. Soazo começa seu treinamento diário às 5h, com seu pai, que também é seu treinador.
Depois de Guadalajara, Tenório e Soazo são esperados para ser um dos destaques em Londres 2012 e representar bem a América do Sul.