Terra debate protagonismo negro no mercado audiovisual na Feira Preta
Encontro com profissionais do audiovisual aconteceu no domingo, em São Paulo
No último domingo (4), como parte de uma das atrações da Feira Preta, em São Paulo, aconteceu a Mesa de Empreendedorismo da Feira Preta, com participação do Terra.
O tema da conversa girou em torno de diversidade e participação de profissionais negros em conteúdo audiovisual no Brasil. Com apresentação de Dante Baptista, jornalista especializado em tecnologia, que produz conteúdo para Byte, a Mesa teve participação de Willian Lopes, sócio da produtora Albuquerque Content que produz conteúdo para NÓS; Roberta Camargo, colunista e produtora audiovisual pela Mundo Content, que produz conteúdo para Visão do Corre; e Robert Mathias, coordenador de audiovisual do Terra.
O começo da mesa centrou na linha editorial do Terra, inclusive com produções audiovisuais que dão protagonismo à diversidade, e como as plataformas digitais gratuitas contribuem para dar mais acesso e visibilidade a temas ligados à inclusão.
Diversidade de profissionais no audiovisual
Discutiu-se ainda a importância de ter profissionais diversos na produção dessas séries, documentários e reality shows para garantir esse lugar de fala, coerência e relevância.
“Eu sinto que hoje em dia a gente é muito mais estimulado e entende melhor como podemos explorar as nossas habilidades, o que gostamos de fazer”, disse Roberta Camargo.
O papel do Terra nesse novo momento também revela-se importante, pois trata-se de um grande veículo de comunicação priorizando uma pauta que era impensávels alguns anos atrás.
“Hoje em dia temos a oportunidade de ter veículos nos representando, chamando a gente pra conversa, como o Terra, é fundamental. O Terra deu pra gente esta oportunidade de trabalhar com diversidade, com essas pautas fundamentais”, disse Willian Lopes.
“O Terra veio com uma ideia de estruturar pilares muito bem definidos com relação à diversidade. Quando a gente olha para editorias como NÓS e Visão do Corre, temos que normalizar a diversidade, não tratar como algo diferente, excepcional. Quando se fala de audiovisual, a participação de produtores negros ainda é muito baixa”, completou Robert Mathias.
A representatividade negra na mídia
Outro foco importante do debate foi a representatividade do negro na mídia: “A gente está habituado a ver favela e preto sendo ligado a crime e morte, isso é sobre nossa ausência em determinados espaços. Nos trabalhos que fiz no Terra eu cheguei com outra atmosfera para falar na quebrada, tive contato com outros universos e isso foi muito enriquecedor”, defendeu Roberta.
O sucesso da Feira Preta
A Mesa de Empreendedorismo foi um dos destaques da Feira Preta, que neste ano estendeu-se pelo mês de novembro até o início de dezembro, em 10 locais diferentes de regiões distintas da capital paulista.
Foram realizadas oficinas, apresentações artísticas e musicais, além do fomento de 100 empreendedores periféricos, que puderam expor seus produtos e serviços.
“Estivemos também nos principais centros financeiros do país: na Arena XP, localizada na Avenida Brigadeiro Faria Lima, com um evento sobre educação financeira, e na Avenida Paulista em dois momentos: na Estação Hack, com atividades voltadas à tendências e criatividades pretas, apresentação do report sobre tendências e consumo da população negra e o lançamento da exposição ‘Potencializadoras’; e no Instituto Moreira Salles, realizando um evento com foco na diáspora africana residente em São Paulo”, informou comunicado da organização.
Ao todo, mais de 40 mil pessoas puderam desfrutar uma programação plural durante o mês de nov e início de dezembro, em múltiplas linguagens. Ao todo, o Festival Feira Preta contou com mais de 260 empreendedores e uma circulação monetária de mais de R$ 6 milhões, ao contabilizar a contratação de artistas, fornecedores e profissionais técnicos, e a venda de produtos, serviços e de alimentação.