Títulos da Venezuela atingem máxima desde 2017 por expectativas de mudanças políticas
Os títulos em dólar do governo da Venezuela e da estatal petroleira PDVSA ampliaram os ganhos nesta quinta-feira depois que o apoio dos Estados Unidos ao líder da oposição Juan Guaidó alimentou as expectativas de investidores de uma reviravolta no país.
Guaidó se declarou presidente interino na quarta-feira, ganhando o apoio de Washington e de partes da América Latina, o que fez com que o presidente Nicolás Maduro, no cargo desde 2013, rompesse as relações com os EUA.
O governo de Madurno começou a suspender gradualmente os pagamentos de juros sobre cerca de 50 bilhões de dólares em dívida pública em 2017, em um esforço para poupar dólares.
O governo e empresas estatais devem mais de 8 bilhões de dólares em juros e principal em meio ao colapso da economia do país.
Os títulos soberanos da Venezuela com vencimento em 2024 ou depois têm sido negociados a menos de metade de seu valor de face desde o final de 2014.
"Pela primeira vez existe a sensação de que há pressão tanto de fora quanto de dentro do país", disse David Nietlispach, da Pala Asset Management, cuja empresa detém tanto títulos soberanos quanto da PDVSA.
"É um grande passe se os norte-americanos não reconhecerem o governo mais...Além disso, aparentemente temos um candidato que paece ser capaz de unificar a oposição."
O título soberano de 2024 da Venezuela denominado em dólares avançou 0,5 centavo, depois de saltar mais de 4 centavos na quarta-feira. Ele está agora no nível mais elevado desde 2017, quando Maduro convocou publicamente a reestruturação da dívida.
O título de 2035 da PDVSA subiu 1,5 centavo, atingindo o nível mais forte em nove meses.