Tombini: BC trabalha para levar inflação à sua meta
País tem fundamentos sólidos para enfrentar as volatilidades trazidas pelo processo de transição da economia mundial, disse presidente do BC
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira que a autoridade monetária trabalha para levar a inflação à "trajetória de metas", que os efeitos da política monetária são cumulativos e se mostram com defasagens, e que é preciso continuar "especialmente vigilante" neste processo.
Segundo ele, que participa de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado, a recente alta nos preços de alimentos tende a ser um choque temporário e a política monetária deve agir para que esse movimento se limite ao curto prazo.
"Pressões localizadas, especialmente no segmento de alimentos in natura, a princípio, tendem a ser um choque temporário", afirmou o presidente do BC.
Tombini basicamente repetiu as indicações já dadas pelo BC sobre a condução da atual política monetária, cujo aperto começou em abril passado, quando a Selic estava na mínima histórica de 7,25%. Hoje a taxa básica de juros está em 10,75% ao ano.
O presidente do BC disse também que parte significativa dos efeitos do atual ciclo de aperto monetário ainda não se materializou.
Para boa parte dos agentes econômicos, o BC ainda deverá fazer mais uma elevação na taxa básica de juros em abril, de 0,25 ponto percentual, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente.
Tombini também afirmou, por algumas vezes neste apresentação, que a atual volatilidade nos mercados internacionais, inclusive no Brasil, não deve ser confundida com vulnerabilidade. Ele defendeu que o país tem fundamentos sólidos, como elevadas reservas internacionais.
"Não há o que se falar de vulnerabilidade ou fragilidade da economia brasileira", afirmou Tombini, citando ainda que nos oito primeiros dias úteis de março entraram mais de US$ 4,6 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto, em renda fixa e carteira no Brasil.