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Toyota vai exportar seu próximo lançamento, o SUV Corolla Cross, para 22 países da região

Executivo da fabricante japonesa, contudo, diz que gostaria de ver os carros fabricados no Brasil 'atravessarem o oceano', mas custo Brasil não permite

2 mar 2021 - 21h31
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Nova investida da Toyota, o Corolla Cross começa a ser produzido no Brasil como o modelo da marca japonesa que chegará a mais mercados da região. O utilitário-esportivo (SUV) será exportado para 22 países da América Latina e Caribe. A versão sedã, em produção desde 1998, tem como clientes externos apenas cinco países - Argentina, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai.

Com mais mercados para atender fora do País, o presidente da Toyota para América Latina, Masahiro Inoue, vê o novo carro como estratégico para a marca, mas ainda avalia serem necessárias várias medidas para que o produto nacional seja mais competitivo.

"Nosso sonho é exportar para outros países além da região, mas para atravessar o oceano temos de pagar o custo logístico local, o que não é fácil", diz o executivo. "Por isso trabalhamos com fornecedores e governos para quebrar o custo Brasil."

Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil, acrescenta que a falta de competitividade não é só da Toyota ou das fabricantes de veículos, mas de todo o setor industrial. Ele lembra que outros países com os quais o Brasil precisa competir, como México e Tailândia, estão trabalhando, por exemplo, no desenvolvimento de novas tecnologias de veículos mais limpos, como os elétricos.

"Será que no Brasil temos uma política industrial para promover os carros mais limpos? A cadeia de fornecedores está pronta para isso"?, questiona Chang. Segundo ele, para traçar um plano mais longo de investimentos é preciso estabilidade cambial e reforma tributária, entre outros itens.

Ainda assim, a Toyota espera exportar 30% da produção prevista para este ano, de 170 mil veículos, 30% acima do volume de 2020, quando as fábricas tiveram de paralisar atividades por alguns meses e o mercado despencou em razão da pandemia da covid-19.

O Corolla Cross também terá versão híbrida flex e disputará mercado com vários SUVs de médio porte à venda no País, entre os quais Jeep Compass, Chery Tiggo 7, Ford Territory e, futuramente, com o Volkswagen Taos.

Fim do compacto Etios no País

Embora o Corolla sedã seja feito em Indaiatuba (SP), a Toyota preferiu produzir a versão SUV na unidade de Sorocaba, inaugurada em 2012. Para dar espaço ao novo carro, a empresa anunciou nesta terça-feira, 2, que deixará de vender o compacto Etios no mercado brasileiro a partir de abril, mantendo apenas pequena produção para atender mercados como Argentina, Paraguai, Peru e Uruguai.

Corolla Cross, novo SUV da Toyota, terá versão híbrida flex, assim como seu 'irmão' sedã
Corolla Cross, novo SUV da Toyota, terá versão híbrida flex, assim como seu 'irmão' sedã
Foto: Toyota/Divulgação / Estadão

Segundo a empresa, o ajuste foi necessário em razão da chegada do novo modelo. A ação, contudo, mostra que a Toyota segue a mesma estratégia de outras fabricantes, que estão abandonando a produção de modelos compactos mais simples (chamados de carros de entrada) para focar em veículos mais rentáveis, ou seja, mais caros.

"Temos o compromisso de fortalecer continuamente nossas operações, ao mesmo tempo em que há a necessidade de equalizar volumes. Decidimos, estrategicamente, focar a produção para ganhar força de oferta neste novo modelo, mas sem abrir mão da importante missão que o Etios possui na América Latina", diz Chang.

O executivo afirma ainda que o Etios já tem quase dez anos de mercado e, portanto, "seu ciclo de vida está terminando". Desde o lançamento, em setembro de 2012, foram vendidas no País 620 mil unidades das versões hatch e sedã do Etios. Também foram exportadas 180 mil unidades.

A empresa informa que manterá os serviços para os modelos, como as revisões que constam das manutenções periódicas, por meio de sua rede de concessionárias.

Junto com o Corolla Cross e a pequena fatia de Etios, a fábrica de Sorocaba vai manter também a produção do Yaris. A unidade recebeu investimento de R$ 1 bilhão para a produção do novo SUV.

Estadão
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