Trabalhadores da Petrobras se queixam de falta de negociação com Magda Chambriard ao justificar greve
Segundo a estatal, a paralisação de 24 horas não provocou impacto na produção de petróleo e derivados da companhia
Funcionários da Petrobras fizeram uma paralisação de 24 horas, criticando autoritarismo da gestão Magda Chambriard, cortes na PLR e mudanças no teletrabalho; estatal nega impactos na produção.
Menos de um ano após assumir a presidência da Petrobras, o nome da gestora Magda Chambriard foi posto no centro das queixas feitas por funcionários da estatal, que realizaram uma paralisação de 24 horas na última quarta-feira, 26. Sindicatos da categoria petroleira afirmam que houve "esvaziamento dos fóruns de negociação coletiva" e acusam a nova presidente de adotar uma "postura autoritária".
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A Federação Única dos Petroleiros (FUP) considerou que o movimento grevista teve boa adesão nacionalmente, mas a Petrobras diz que a paralisação não provocou impactos na produção de petróleo e derivados da companhia. A empresa não informou qual o percentual de trabalhadores que aderiram à greve, mas segundo a FUP, a paralisação teve cerca de 90% de aprovação nas assembleias feitas anteriormente.
"A categoria exige respeito à boa-fé negocial, com a suspensão da agenda de mudanças unilaterais no teletrabalho e a garantia dos valores integrais da PLR que foram apresentados pela empresa nos simuladores durante a negociação do acordo, ou seja, sem o corte de 31% que querem impor aos trabalhadores, enquanto os acionistas recebem 207% do lucro líquido", diz nota da FUP.
Em nota, a estatal afirma que "respeita o direito de manifestação dos funcionários" e explica que, a partir do dia 7 de abril, todos os empregados deverão cumprir ao menos três dias de trabalho presencial na semana, no lugar dos atuais dois dias. Segundo a empresa, a companhia apresentou proposta às entidades sindicais de acordo específico de trabalho para pactuar esse ajuste pelo período de dois anos.
Além disso, a categoria petroleira pede a reposição do efetivo do pessoal como prioridade, considerando que houve uma redução no número de trabalhadores desde a Lava-Jato.
A Petrobras também se manifestou quanto a isso, dizendo que está repondo seu efetivo de trabalhadores, com a convocação de mais de 1.900 empregados em 2024 e a previsão de admissão de mais 1.780 empregados este ano, através de concursos de nível técnico.