Trabalhadores negros ganham 42% menos que brancos; estudo mostra custo da desigualdade racial
Segundo o relatório, cerca de R$ 103 bilhões teriam sido ganhos a mais se negros tivessem salários e taxa de emprego similares aos brancos
O salário médio de um trabalhador negro é 42% menor que de um branco. O dado faz parte do estudo O Custo Salarial da Desigualdade Racial, publicado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), neste mês.
Em média, um homem branco ganha cerca de R$ 4.956 por mês, enquanto um homem negro, R$ 2.278. A diferença diminui um pouco quando são analisadas as mulheres: brancas ganham cerca de R$ 3.813 por mês e negras, R$ 2.278 --a diferença percentual é de 40%.
Parte de tal discrepância salarial seria causada pela discriminação, avalia o relatório. Entre os homens, estima-se que R$ 328,11 da diferença seja relacionada ao preconceito. Já entre as mulheres, esse número é de R$ 295,86. Os pesquisadores consideram que a diferença restante esteja associada a fatores ligados a características dos trabalhadores, como educação, tipo de emprego, local e moradia.
O estudo também mostrou que a taxa de desemprego entre homens negros é 1,4 vezes maior que de homens brancos. E entre mulheres, é 1,5 vezes maior entre negras.
O levantamento concluiu que, em 2024, cerca de R$ 103 bilhões teriam sido ganhos a mais se negros tivessem salários e taxa de emprego similares aos brancos.
"Nossos resultados apontam para uma grande e persistente desigualdade racial no Brasil, que se manifesta na forma de menores salários e taxa de empregabilidade", descreve o documento.