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Premiê grego diz que "acordo ruim" foi o melhor disponível

Tsipras fez questão de ressaltar que a Grécia precisa do ajuste fiscal e ele não fugirá das responsabilidades assumidas com credores

14 jul 2015 - 19h11
(atualizado em 15/7/2015 às 07h38)
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Alexis Tsipras pediu para população votar não em plebiscito
Alexis Tsipras pediu para população votar não em plebiscito
Foto: Wikimedia

Em entrevista, primeiro-ministro defende mudança de posição em relação a reformas e reafirma compromisso com credores. Bancos permanecem fechados no país até liberação de empréstimo.

O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras defendeu nesta terça-feira (14) o acordo fechado com os credores europeus sobre um terceiro pacote de resgate para o país. Em entrevista a emissora de televisão grega estatal ERT, Tsipras disse que embora tenha sido "uma noite ruim para a Europa" e a medida tenha sido "imposta" à Atenas, ela evitou a saída da Grécia da zona do euro e agora precisa entrar em vigor.

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"Eu assumo totalmente minhas responsabilidades por erros e omissões e responsabilidade por assinar um texto, no qual eu não acredito, mas sou obrigado a implementar", afirmou o primeiro-ministro, alegando que aceitou a proposta para evitar um desastre no país.

Na entrevista de quase uma hora que misturou defesa da sua mudança de posição e alfinetada nos credores europeus, Tsipras disse que lutou para tentar evitar cortes no salários e nas aposentadorias e acrescentou que os ajustes ficais do atual acordo são mais suaves do que os previstos no passado.

O primeiro afirmou ainda que apesar da resistência de alguns países em emprestar mais dinheiro para a Grécia, especialmente a Finlândia e a Holanda, eles acabaram cedendo no final e concordaram também com a reestruturação da dívida do país.

Votação parlamentar

As declarações foram feitas na véspera da votação parlamentar que decidirá sobre algumas das reformas propostas no acordo. O primeiro-ministro enfrenta uma oposição cada vez maior dentro do próprio partido, o radical de esquerda Syriza, por ter feito concessões em favor de medidas de austeridade e reformas que contrariam promessas de sua campanha eleitoral.

Mas mesmo com a oposição, Tsipras fez questão de ressaltar que a Grécia precisa do ajuste fiscal e ele não fugirá das responsabilidades assumidas com credores. Ele também deixou claro que pretende governar até o fim do mandato de quatro anos. "A verdade dura é essa via de mão única para a Grécia que nos foi imposta", afirmou.

Ao ser questionando quando terminaria o feriado bancário no país, em vigor há mais de duas semanas, Tsipras respondeu que a abertura dos bancos depende da ratificação do acordo. Esse processo, porém, pode durar mais de um mês.

"Não será de um dia para o outro. Haverá um retorno gradual para a normalidade, começando com um aumento nos saques", disse o premiê ao falar sobre as medidas de controle de capital que estão em vigor no país desde o final de junho. Atualmente, o limite diário de saques em caixas eletrônicos é de 60 euros.

Para conseguir o empréstimo da União Europeia, o primeiro-ministro tem até quarta-feira à noite para aprovar no parlamento as primeiras reformas previstas no acordo. Diante da crescente resistência dentro do próprio partido, Tsipras precisa do apoio da oposição para garantir a aprovação das medidas.

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