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UE prepara nova lista de retaliação a produtos dos EUA

Advertência foi feita pela comissária europeia de Comércio após Trump avaliar tarifas de 25% à importação de carros e autopeças do bloco

20 jul 2018 - 04h11
(atualizado às 07h53)
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A comissária para o Comércio da União Europeia (UE), Cecilia Malmstrom, disse que o bloco europeu está preparando uma lista de produtos americanos que podem ser sobretaxados caso os Estados Unidos imponham tarifas sobre automóveis europeus. No entanto, Cecília espera que uma missão da UE, que viajará a Washington no dia 25 de julho com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, alivie as disputas comerciais transatlânticas.

O objetivo da viagem, segundo a comissária, é manter conversas centradas no comércio com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No dia 1.º de junho, entrou em vigor a sobretaxa imposta pelo governo americano às importações de aço da UE, México e Canadá, alguns dos principais aliados dos americanos. Na quarta-feira, por sua vez, a UE anunciou medidas de salvaguarda provisórias sobre as importações de aço para evitar que o produto de outros países siga para o mercado do bloco, como resultado das tarifas americanas.

Presidente dos EUA, Donald Trump, durante encontro com presidente da Finlândia, Sauli Niinisto
Presidente dos EUA, Donald Trump, durante encontro com presidente da Finlândia, Sauli Niinisto
Foto: Lehtikuva/Emmi Korhonen / Reuters

Agora, em mais um capítulo da chamada guerra comercial, o governo Trump está ameaçando estender as mesmas tarifas impostas para o alumínio e o aço para carros e autopeças do bloco europeu.

Cecilia disse que a indústria automobilística dos EUA é saudável e que ninguém envolvido no setor pediu tarifas. "Estamos preparando com nossos Estados-membros uma lista de medidas de reequilíbrio também. Deixamos isso bem claro para nossos parceiros americanos", disse Cecilia em uma conferência organizada, em Bruxelas, pelo German Marshall Fund dos Estados Unidos.

Críticas

A administração Trump está recebendo muitas críticas de fabricantes de automóveis e governos estrangeiros por considerarem a imposição de tarifas de até 25% em carros e peças importadas, em meio a preocupações de que a medida aumentaria os preços dos veículos e prejudicaria as vendas e os empregos no setor.

O governo abriu uma investigação em maio sobre se os carros e peças importadas representavam um risco à segurança nacional dos EUA e realizou uma audiência sobre o inquérito ontem, coletando o testemunho de grupos comerciais do setor automobilístico, governos estrangeiros e outros.

O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, disse na audiência que é "muito cedo" para dizer se Trump imporia as tarifas. Ele disse que a audiência visava a determinar "se a ação do governo é necessária para garantir a viabilidade da produção doméstica dos EUA".

A embaixadora do Canadá nos EUA, Kirsten Hillman, disse durante a audiência que a imposição de tarifas sobre importações canadenses seria "devastadora" para o setor de automóveis americano e que o Canadá responderia de "maneira proporcional" se as tarifas fossem impostas.

Um grupo representando grandes montadoras de carros disse ao Departamento de Comércio que a imposição de tarifas sobre carros e peças importados aumentaria o preço de veículos nos EUA em US$ 83 bilhões por ano e custaria centenas de milhares de empregos.

A comissária europeia enfatizou que "não há vencedores" em uma guerra comercial, além de advertir que tarifas dos Estados Unidos sobre carros europeus seriam "um desastre".

Cecilia comentou ainda que tentou persuadir os americanos, sem sucesso, de que a Europa não é a fonte do problema relacionado à decisão do governo Trump de impor tarifas às importações de aço e alumínio. "Pelo menos em aço e alumínio, o mundo enfrenta inegavelmente desafios como resultado do excesso de capacidade global - a raiz desse problema é a China", argumentou. "Mas medidas similares sobre os carros seriam desastrosas."

Mercado

Nos Estados Unidos, as bolsas encerram o pregão em baixa dando atenção às tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos, além de balanços corporativos mornos. De forma breve, os principais índices chegaram a reduzir as perdas depois que o presidente Donald Trump questionou o aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), mas as tensões comerciais continuaram a pesar. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,53%, aos 25.064,50 pontos; o S&P 500 recuou 0,40%, para 2.804,49 pontos; e o Nasdaq baixou 0,37%, para 7.825,30 pontos. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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