Um milhão de jovens deixaram de trabalhar no último ano; 55% retomaram os estudos
Número dos jovens de 14 a 24 anos que trabalham passou de 18,6 milhões em 2021 para 17,6 milhões em 2022
Um milhão de jovens que saíram do mercado de trabalho durante a pandemia ainda não retomaram seus postos na força de trabalho brasileira, segundo um estudo feito pelo economista Daniel Duque, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 2021, havia 18,6 milhões de jovens, com idades entre 14 e 24 anos, no mercado de trabalho.
Os dados mostram uma queda brusca de trabalho e procura de emprego a partir de 2020, ano em que a pandemia começou. Porém, o estudo mostrou uma boa notícia para o desenvolvimento do País: 55% deles voltaram a estudar. As razões pela troca entre emprego e escola podem ser os salários mais baixos para os jovens e o aumento de programas de transferências de renda.
O economista da FGV e autor do estudo, que analisou dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), explicou ao jornal O Globo que os jovens têm salários mais baixos, pouca formação e experiência, e isso traz dificuldades na hora de conseguir um emprego.
O aumento da renda familiar, por vezes por meio de um programa de transferência de renda, pode ser um incentivo para que ele saia do mercado de trabalho e volte a estudar.
Auxílio Brasil e Bolsa Família
O IBGE divulgou, na semana passada, que houve aumento expressivo do rendimento familiar per capita no país ano passado, de 6,9%. Impulsionado pelo Auxílio Brasil, presente em 16,9% dos domicílios, fez com que a renda entre os 5% mais pobres dobrasse em um ano. Os 50% mais pobres tiveram aumentos superiores a 10%.
O efeito é maior quando a análise se concentra nas regiões onde houve mais pagamentos do Auxílio Brasil, que subiu de R$ 200 no início de 2022 para R$ 600 no período eleitoral.