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Um país nunca subiu tanto os juros em período eleitoral, diz Campos Neto ao defender o BC

Presidente do banco acrescentou ainda que o processo de redução de juros no Brasil é técnico, leva tempo e depende de diversas variáveis

25 abr 2023 - 11h07
(atualizado às 11h32)
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Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no Senado
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado

Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira, 25, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu a autonomia do banco ao dizer que um país nunca aumentou tanto os juros em um período eleitoral.

"Nunca na história desse País, nem no mundo, foi feito um movimento de aumento de juros tão grande no período eleitoral, mostrando que o Banco Central, mesmo em um período eleitoral, entendeu que a inflação ia subir", afirmou.

Campos Neto acrescentou ainda que o processo de redução de juros no Brasil é técnico, leva tempo e depende de diversas variáveis analisadas pela autarquia. Para definir a política monetária, o BC avalia as expectativas de inflação do boletim Focus, do próprio BC, de instituições do mercado financeiro e do consumidor.

O presidente do BC afirmou também que alongar demais o horizonte relevante analisado pela autarquia pode levar à perda de credibilidade, ao mesmo tempo em que garantiu que o Brasil não está afundando numa recessão.

Campos Neto acrescentou que o BC está trabalhando para levar a inflação à meta porque ela é corrosiva, e defendeu o patamar de juros do País, afirmando que está próximo do de outros países. Ele disse ainda que a dívida pública do Brasil é maior do que a média internacional, embora tenha ponderado que "não é explosiva".

Para Roberto Campos Neto, o combate à inflação é o maior instrumento social que existe hoje, afirmou após defender que o atual nível de juros no país é compatível com o problema inflacionário corrente.

Conflito com o governo 

O convite para comparecimento do presidente do BC ao Senado para dar explicações sobre o atual patamar da taxa básica de juros no Brasil, inalterado em 13,75% ao ano desde setembro, foi aprovado em março, em meio a ataques do governo à condução da política monetária.

Nos últimos meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma série de críticas ao Banco Central, sob o argumento de que o elevado nível de juros no país contrai excessivamente a atividade econômica e pode resultar em uma crise de crédito. Ele também questionou o sistema de metas para a inflação. (*Com informações da Reuters)

Fonte: Redação Terra
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