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Usinas eólicas dominam leilão de energia A-3 e vendem 551 MW

Projeto de expansão da hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira, também teve eletricidade comercializada no pregão

6 jun 2014 - 15h57
(atualizado às 15h59)
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Dos 968,6 megawatts (MW) de energia vendidos no leilão, 551 MW correspondem a novos projetos eólicos
Foto: Eco Desenvolvimento

Usinas eólicas e o projeto de expansão da hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira, foram os únicos empreendimentos a vender eletricidade no leilão de energia A-3 nesta sexta-feira, dentro das expectativas de agentes do mercado e com resultado considerado "satisfatório" pelo governo.

O leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vendeu energia de 968,6 megawatts (MW) de usinas, dos quais 551 MW correspondem a novos projetos eólicos vendidos ao preço médio de R$ 129,97 por megawatt-hora (MWh).

O valor representa um deságio de 2,28% ante o preço máximo estabelecido de R$ 133 por MWh. O volume totalizou 265,6 MW médios.

A energia da expansão da hidrelétrica Santo Antônio, referente à uma capacidade de 417,6 MW, vendeu 126,9 MW médios de energia, sem deságio, ao preço de R$ 121 por MWh.

Assim, o preço médio de toda energia negociada no leilão foi de R$ 126,18 por MWh, sendo que o certame movimentou R$ 10,17 bilhões em contratos. A energia negociada no leilão começa a ser entregue em 2017.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse em coletiva de imprensa após o leilão que o resultado foi "satisfatório". "Atendeu o que precisava", disse.

Ele explicou que a maior parte da necessidade de energia das distribuidoras para 2017 foi contratada em leilão A-5 há dois anos, e que o leilão A-3 tende a ser mesmo um leilão menor, apenas complementar.

"Estimando a carga de energia de 2017, a nossa estimativa é que esteja 99,7% (do total necessário) contratado", disse Tolmasquim.

Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e usinas térmicas a biomassa não venderam energia no leilão, conforme já era esperado, no momento em que os investidores dessas fontes reclamam das condições e preços nas competições.

Questionado sobre se haverá medidas para que essas fontes sejam mais competitivas, Tolmasquim lembrou que a contratação de novas PCHs no ano passado já foi muito expressiva, representando cerca de 40% do total contratado em leilões.

No caso das térmicas a biomassa, Tolmasquim disse que elas terão uma oportunidade "muito boa" de se viabilizarem no leilão A-5, porque competirão com térmicas mais caras a gás natural, GNL e a carvão no certame.

Para o leilão desta sexta-feira, havia 7 mil MW de projetos habilitados para participação, sendo 6.159 MW de usinas eólicas, 235 MW de PCHs, 198 MW de térmicas a biomassa e 418 MW da ampliação da hidrelétrica Santo Antônio. Projetos habilitados para o leilão A-3 estão automaticamente habilitados para os leilões A-5 e de reserva.

Tolmasquim espera maior contratação de energia e deságio mais significativo no preço das eólicas no leilão A-5.

"A gente vai ver, conforme vão passando os leilões, uma oferta muito grande de eólica por um prazo mais longo. (Isso) dá mais tempo para as fábricas fabricarem os equipamentos", disse Tolmasquim.

Distribuidoras

A principal distribuidora de eletricidade a contratar energia no leilão foi a CEA (AP), com 19% do total. Em seguida, a Cemig D contratou 12% e a Light, 11,6%. A Copel, em seguida, contratou 10,5% do total.

O leilão começou às 10h, em São Paulo, e foi operacionalizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

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