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'Vacinação em massa é a melhor política fiscal, mais barata e de maior impacto', diz Guedes

Ministro da Economia defendeu a vacina contra covid-19 e reforçou coro em relação às reformas

21 mar 2021 - 20h16
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a vacinação em massa é urgente e o primeiro passo para que o Brasil consiga retomar a confiança. Ele defendeu ainda, em conversa com empresários, nesta noite, a importância de seguir com as reformas no País.

"Vacinação em massa é a melhor política fiscal, mais barata e de maior impacto sobre a oferta", disse ele, em live. "A primeira medida fiscal, de saúde pública, de tudo, é a vacinação em massa."

Guedes reforçou o coro em relação às reformas. "Foco tem de ser seguir com reformas. O Brasil pode ser a maior fronteira de investimentos do mundo", afirmou. Para ele, o governo Bolsonaro merecia críticas nas reformas que atrasaram, mas têm avançado na agenda.

Ele disse que a reforma administrativa pode ter encaminhamento relativamente rápido. Afirmou ainda que a economia esperada, de R$ 300 bilhões, pode ser elevada para R$ 450 bilhões, "sem grandes dificuldades".

O ministro da Economia, Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão

"Temos de ter coragem em assumir orçamentos públicos. Descarimbar o dinheiro não significa dar menos. Para mim, desindexa, desvincula e desobriga. Mas vamos chegar lá. É uma questão de tempo, uma estrada longa a ser percorrida", disse Guedes.

Ele mencionou uma tríade para o Brasil atravessar a pandemia: auxílio emergencial, vacinação e prorrogação dos programas que deram certo, como, por exemplo, o de redução de salários e suspensão de contrato trabalhista.

Guedes participa hoje de live do Parlatório, organização sem fins lucrativos. Participam do encontro virtual o ex-Secretário Nacional de Segurança Pública e ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, General Santos Cruz, o médico Raul Cutait, a jurista Ellen Gracie, os empresários Abilio Diniz, Luiza Trajano, Jorge Gerdau, Flavio Rocha, o ex-ministro da Fazenda e atual diretor do Banco Safra, Joaquim Levy, além do também ex-ministro Luiz Furlan.

'Não sou voz isolada (em Brasília)'

O ministro também disse que não é uma voz isolada em Brasília. Ele fez a análise após ser "provocado" pelo empresário e filantropo sírio radicado no Brasil, Elie Horn, que já foi presidente do grupo Cyrela. Segundo o empresário, que se apresentou como amigo de Guedes, o ministro é "uma voz falante dentro de um antro de surdos". "Brasília não ouve muito", disse Horn.

Guedes disse na live que fez uma aposta muito grande na democracia. "Havia a narrativa de que a democracia estava sob risco, de que haveria guerra sem fim. Nunca pensei que a democracia brasileira estivesse em risco", afirmou. Ele disse que o seu trabalho é um aprendizado e parte de um esforço dos que estiveram no Ministério antes dele e buscaram melhorar o País. "Não acho que sou uma voz isolada", afirmou. "Tentei criar narrativa construtiva e real."

Guedes afirmou que a mídia deu apoio às reformas políticas, mas que com a questão da saúde por causa da pandemia se abriu um fosso no Brasil. O País, de acordo com ele, perdeu a sensatez. Ele também criticou o fato de as eleições de 2022 já estarem sendo antecipadas e disse que "falar em impeachment todo o dia" descredencia o Brasil.

Na opinião de Guedes, depois de décadas sob o regime militar, era natural que houvesse um governo mais à esquerda, mas a administração petista, de acordo com ele, se esqueceu da classe média em sua gestão. "Quem decide as eleições no Brasil é o centro, e o centro se deslocou para a direita", disse.

Sobre seu trabalho à frente da Economia, o ministro afirmou que todos erram, mas que a busca é pelos acertos. "Devemos estar errando bastante também, mas estamos acertando alguma coisa. Devemos estar fazendo algumas coisas boas e errando em outras áreas."

Estadão
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