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Vale adota câmeras térmicas em prevenção contra coronavírus em suas operações

26 mar 2020 - 11h06
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A mineradora Vale instalará nas próximas semanas 81 câmeras térmicas nas portarias de unidades operacionais em quatro Estados brasileiros para identificar pessoas que estejam com alta temperatura corporal, um dos sintomas do novo coronavírus, em mais uma medida adotada para evitar o contágio.

Logo da Vale
30/01/2019
REUTERS/Denis Balibouse
Logo da Vale 30/01/2019 REUTERS/Denis Balibouse
Foto: Reuters

A implantação dos equipamentos, cujas leituras duram cerca de dois segundos e a margem de erro é de 0,5 grau centígrado, ocorrerá em diversas unidades, como minas e portos, nos Estados de Minas Gerais, Pará, Espírito Santo e Maranhão, informou a Vale, em e-mail à Reuters.

O valor investido na iniciativa, segundo a mineradora, é de 7,5 milhões de reais e as câmeras serão importadas da China e da Suécia.

"Os empregados ou visitantes que apresentarem esse sinal (de temperatura alta) não terão a entrada autorizada e serão abordados por um profissional capacitado da Vale, que irá prestar informações sobre a doença e encaminhá-los para casa ou para uma unidade de saúde", explicou a Vale.

O primeiro lote de equipamentos chega até o final de março a Belo Horizonte (MG), de onde será distribuído para os demais Estados. O segundo lote, segundo a Vale, chega em meados de abril.

A mineradora explicou que serão instalados dois tipos de câmera.

As do primeiro lote, idênticas aos modelos usados em aeroportos de várias cidades do mundo, como Dubai, Moscou e Kuala Lumpur, ficarão posicionadas sobre um tripé nas portarias das unidades da Vale.

"Todos os empregados e visitantes passarão em frente ao equipamento e terão sua temperatura corporal medida a partir do duto lacrimal", informou.

Já as câmeras do segundo lote ficarão posicionadas num ponto fixo na entrada da portaria, como equipamentos de vigilância comuns, e filmarão um grupo de pessoas, disse a mineradora.

Com o uso de Inteligência Artificial, a câmera faz uma busca por diversos pontos do rosto dessas pessoas e identifica qual é o mais preciso para se fazer a medição da temperatura no momento.

A empresa informou na semana passada os primeiros dois casos de empregados da Vale com coronavírus, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Os casos foram comunicados às autoridades e a mineradora afirmou na ocasião que estava prestando toda a assistência necessária aos empregados, que estavam em isolamento domiciliar.

Em função ao alastramento do vírus pelo mundo, a Vale advertiu o mercado no início do mês que poderia adotar medidas de contingência ou eventualmente suspender operações devido ao coronavírus.

Posteriormente, tomou diversas iniciativas para evitar o contágio da doença, além de paralisar temporariamente centro de distribuição na Malásia de 24 a 31 de março e desacelerar a operação da mina de Voisey's Bay, no Canadá, como precaução para proteger comunidades indígenas próximas diante da pandemia.

MEDIDAS ADICIONAIS

A instalação de equipamentos pela Vale é uma das medidas colocadas em curso pela companhia, nas últimas semanas, como forma de reforçar a prevenção contra o coronavírus em seus locais de trabalho e nas localidades onde está presente.

A companhia também reduziu a presença do efetivo administrativo e operacional nas unidades, de forma a manter apenas serviços essenciais.

Desde 16 de março, a Vale adotou trabalho remoto para empregados cujas funções são elegíveis e para empregados dos grupos de risco --aqueles com 60 anos ou mais com algum problema de saúde pré-existente, conforme orientação do Ministério da Saúde.

Além disso, a Vale ressaltou que colocou em prática uma série de ações preventivas e proativas para evitar aglomeração, como redução da quantidade de pessoas nas portarias, nos ônibus e nos restaurantes.

"A Vale reforça que está em conformidade com os protocolos de saúde e segurança estabelecidos pelas autoridades e agências de cada um dos países em que opera e está monitorando o desenvolvimento da situação", frisou.

A empresa também fechou a compra de 5 milhões de kits de testes rápidos para o novo coronavírus que serão doados ao governo brasileiro para ajudar no combate à disseminação da doença.

Os testes serão enviados por frete aéreo e a previsão é que o primeiro lote de um milhão seja entregue à Vale na China na próxima sexta-feira, chegando no Brasil no início da semana seguinte. Os quatro milhões restantes têm sua entrega prevista pelo fornecedor chinês em abril.

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