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Vale lucra US$ 2,412 bi, queda de 15% ante o 3º trimestre de 2023

Nem a produção recorde de minério de ferro, carro-chefe de vendas da companhia, neutralizou o impacto da redução do preço da commodity com a queda da demanda chinesa

24 out 2024 - 21h23
(atualizado às 23h16)
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RIO E SÃO PAULO - A queda no preço do minério de ferro levou a Vale a fechar o terceiro trimestre com um lucro de US$ 2,412 bilhões, uma queda de 15% frente ao mesmo período do ano passado. Nem a produção recorde de minério de ferro, carro-chefe de vendas da companhia, conseguiu neutralizar o impacto da redução do preço da commodity.

Segundo a mineradora, o desempenho no terceiro trimestre é decorrente, principalmente, dos menores preços realizados com a venda de minério de ferro, que caíram US$ 12 a tonelada, movimento parcialmente compensado por maiores volumes de vendas do produto.

"No trimestre, nossa produção de minério de ferro atingiu seu nível mais elevado em mais de cinco anos, resultado do nosso foco contínuo na excelência operacional", comenta o novo presidente da empresa, Gustavo Pimenta, no documento.

As receitas líquidas no terceiro trimestre de 2024 somaram US$ 9,553 bilhões, queda de 10% na comparação de 12 meses e com recuo de 4% na comparação trimestral.

O minério de ferro recua no mercado internacional devido à queda da demanda chinesa, afetada pela crise no mercado imobiliário local e pela desaceleração econômica. Em um ano, a cotação do minério caiu 12,8%, na esteira das perspectivas negativas para a China, maior consumidor mundial do produto e destino de cerca de 60% dos volumes de minério exportados pela Vale.

Segundo a mineradora, o desempenho no terceiro trimestre decorre, principalmente, dos menores preços do minério de ferro
Segundo a mineradora, o desempenho no terceiro trimestre decorre, principalmente, dos menores preços do minério de ferro
Foto: Fabio Motta/Estadão / Estadão

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em US$ 3,615 bilhões, resultado 18% abaixo do registrado no terceiro período de 2023 e 9% menor na comparação com os três meses imediatamente anteriores.

As receitas líquidas no terceiro trimestre de 2024 somaram US$ 9,553 bilhões, queda de 10% na comparação de 12 meses e com recuo de 4% na comparação trimestral.

O lucro ficou 41% acima do esperado pelo Prévias Broadcast. Conforme a estimativa compilada a partir de cinco casas (JPMorgan, Citi, BTG Pactual, Itaú BBA e Genial Investimentos), o lucro esperado era de US$ 1,709 bilhão.

O Ebitda ficou em linha com os US$ 3,526 bilhões estimados pela média das expectativas. A receita líquida também ficou em linha com o esperado pelo mercado, de US$ 9,578 bilhões. O Prévias Broadcast considera que o resultado vem em linha com o esperado quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.

Queda de investimentos

A mineradora Vale realizou no terceiro trimestre deste ano US$ 376 milhões em projetos de investimentos, recuo de 20% ante igual período de 2023.

De acordo com a Vale, a queda dos investimentos, na comparação anual, é reflexo de menores desembolsos no projeto de cobre de Salobo 3. Outro motivo foi a desconsolidação da PTVI, na Indonésia, no negócio de metais para transição energética. O terceiro fator apontado são menores desembolsos no projeto Briquetes Tubarão, uma vez que o progresso físico está em estágio avançado.

Os investimentos totais, considerando os projetos em expansão e os de manutenção, somaram US$ 1,398 bilhão, queda anual de 5%.

A dívida líquida expandida (que inclui provisões para Brumadinho e Fundação Renova) terminou o terceiro trimestre de 2024 em US$ 16,472 bilhões, aumento de 6% ante o mesmo intervalo de 2023. Já dívida líquida do período foi de US$ 9,536 bi, recuo anual de 5%.

Acordo após quase 10 anos

Apesar do lucro menor, a Vale tem outros motivos para comemorar. Nesta sexta-feira (25), será celebrado o acordo das mineradoras Samarco, BHP e Vale com os entes públicos para a compensação final pelo desastre de Mariana, em 2015. O entendimento, de R$ 167 bilhões, será assinado após dois anos e meio de negociações e elimina um relevante fator de risco para a companhia.

Ainda que o acordo não tenha saído "barato", é importante para a empresa virar a página e se focar em avanços operacionais e nas relações com os governos dos Estados onde atua. Além disso, o entendimento favorece o aumento da nota ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês) da companhia em agências de avaliação de risco.

As notas são usadas por fundos de investimento de todo o mundo para escolher as ações que terão em carteira. Hoje, há fundos que não podem comprar ações da Vale devido à sua nota. A partir do acordo, seus papéis deverão ser mais demandados.

Estadão
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