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Vale 'puxa' queda do Ibovespa antes de nova equipe econômica

O principal índice da bolsa paulista encerrou em baixa de 0,83%, a 55.098 pontos

26 nov 2014 - 18h41
(atualizado em 27/11/2014 às 08h25)
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A Bovespa fechou em queda nesta quarta-feira, com ações da Vale e de siderúrgicas liderando as perdas do principal índice do pregão, o Ibovespa, diante da espera de agentes financeiros para o aguardado anúncio da nova equipe econômica, na quinta-feira.

O principal índice da bolsa paulista encerrou em baixa de 0,83%, a 55.098 pontos. 

Abaixo da média do ano (R$ 7,27 bilhões), o volume financeiro somou R$ 6,32 bilhões, com a véspera do feriado nos Estados Unidos, o Dia de Ação de Graças, ajudando a reduzir o ritmo também no pregão doméstico.

O governo brasileiro confirmou que os novos ministros da Fazenda e do Planejamento serão anunciados na quinta-feira. Segundo o ministro da Comunicação Social, Thomas Traumann, os novos ministros não tomarão posse imediatamente, mas trabalharão no Palácio do Planalto fazendo a transição com as atuais equipes.

<p>A presidente Dilma Rousseff deve anunciar os novos ministros da Fazenda e do Planejamento na quinta-feira</p>
A presidente Dilma Rousseff deve anunciar os novos ministros da Fazenda e do Planejamento na quinta-feira
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Uma fonte do governo que acompanha a montagem da nova equipe econômica disse à Reuters que Joaquim Levy vai ser anunciado ministro da Fazenda com a missão de desmontar gradualmente a política anticíclica feita nos últimos anos, revertendo as desonerações tributárias.

Para o ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, a ida de Levy para o governo é um ótimo sinal. “Porém, o tempo é que vai dizer se na realidade o governo dará autonomia necessária para ele”, afirmou Figueiredo, sócio-fundador da Mauá Sekular Investimentos, durante um sessão de 'chat' da Trading Brazil da Thomson Reuters nesta quarta-feira.

A Bovespa vem embalada desde as primeiras notícias colocando Levy à frente da Fazenda na última sexta-feira, com as ações da Petrobras refletindo o crédito inicial que investidores estão dando ao governo e ao novo time, mesmo com o noticiário desfavorável à empresa, envolvida em denúncias de corrupção.

As ações da Petrobras passaram boa parte do dia no azul, mas sucumbiram no final, com as preferenciais caindo 0,35% e os papéis ordinários recuando 0,08%.

Vale derruba a bolsa

A maior pressão negativa veio da mineradora Vale, que quebrou sequência de altas. As preferenciais da companhia brasileira subiram nos últimos quatro pregões, acumulando alta de 9,3%. Nesta sessão, terminaram em baixa de 4%. As ações ON cederam 3,8%.

<p>A Bovespa vem embalada desde as primeiras notícias colocando Joaquim Levy à frente da Fazenda na última sexta-feira</p>
A Bovespa vem embalada desde as primeiras notícias colocando Joaquim Levy à frente da Fazenda na última sexta-feira
Foto: Reuters

O setor siderúrgico liderou as perdas, em dia de novas notícias desfavoráveis, incluindo previsão do Instituto Aço Brasil (IABr) de alta de apenas 4% nas vendas da liga no mercado interno em 2015.

No caso de Usiminas, o BofA Merrill Lynch ainda cortou o preço-alvo do papel de R$ 7 para R$ 4,90.

Bancos também derrubam Ibovespa

A queda nos papéis dos bancos privados Itaú e Bradesco também pesou, assim como a reversão dos ganhos de Banco do Brasil após declarações do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, sobre as ações da instituição e o Fundo Soberano Nacional.

Ainda no setor, a unit do Santander Brasil perdeu 2,7%, devolvendo boa parte dos ganhos da véspera. O BTG Pactual reduziu a recomendação para o papel a "venda", citando o forte desempenho no ano, com prêmio excessivo sobre seus pares Itaú Unibanco e Bradesco.

O recuo do dólar ante o real, que ajudou a pressionar as siderúrgicas, também colocou na ponta negativa o segmento de papel e celulose, com Fibria caindo 3,6% e Suzano recuando 2,8%.

Cosan, por sua vez, manteve-se como um dos destaques de alta do índice, fechando em alta de 4,56%, após a Folha de S.Paulo publicar que o governo planeja retomar a cobrança da Cide sobre a gasolina.

Trata-se de uma demanda do setor do etanol para melhorar a competitividade.

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