Vale-refeição do brasileiro dura apenas 11 dias do mês, aponta pesquisa
Trabalhador paga metade de suas refeições do próprio bolso atualmente; inflação e juros altos são as principais causas
Um levantamento realizado pela Sodexo Benefícios e Incentivos mostra que o saldo do vale-refeição dura, em média, 11 dias no Brasil em 2023. Ano passado, o crédito durava em média 13 dias. Com a redução do poder de compra, o trabalhador pode acabar escolhendo opções menos saudáveis, mas que cabem melhor no bolso.
Segundo a empresa, a alta de juros e aumento do custo de vida são os responsáveis por trás da perda do poder de compra do brasileiro. Por refeição (no quilo), o valor médio gasto pelo brasileiro é de R$ 40,64, conforme o último balanço divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT).
Como as empresas consideram, em média, 22 dias para o depósito do crédito — número de dias úteis —, isso significa que o trabalhador tem pagado do próprio bolso metade das refeições que realiza durante o mês.
Veja quanto dura o vale-refeição por região:
• Centro-Oeste: 12 dias
• Nordeste: 11 dias
• Norte: 11 dias
• Sudeste: 12 dias
• Sul: 11 dias
Alimentação menos saudável
Por ter de pagar metade das refeições por conta própria, o trabalhador acaba fazendo escolhas mais baratas, muitas vezes não saudáveis, optando por sanduíches, salgados e até 'shakes'. O consumo exagerado desses alimentos podem causas danos à saúde.
“O consumo frequente destes tipos de alimentos pode gerar diversos riscos à saúde no longo prazo. Por isso, é importante escolher opções naturais e integrais, que mantêm a saciedade por mais tempo. Os carboidratos simples, por exemplo, como pães e biscoitos, são digeridos de maneira mais rápida, o que faz com que se tenha fome mais cedo”, explica Soraia Batista, nutricionista da Sodexo.
Aumento do vale-refeição
Nem mesmo os esforços das empresas foram úteis para contornar a situação, segundo o levantamento. Neste primeiro bimestre em comparação com o mesmo período de 2022, empresas de todos os portes aumentaram em média 15% o valor do crédito do cartão refeição, como forma de amenizar os impactos da inflação, mas isso "não necessariamente tem sido o suficiente para o trabalhador se alimentar fora de casa durante todo o mês", segundo o estudo.