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Vale vê queda de 20% nas vendas de minério no 1º tri; mantém previsão para o ano

8 mai 2019 - 09h22
(atualizado às 14h06)
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As vendas de minério de ferro e pelotas da Vale caíram 20 por cento no primeiro trimestre ante mesmo período de 2018, em meio a paradas de produção decorrentes do desastre de Brumadinho (MG), efeitos de chuvas no Sistema Norte e mudanças gerenciais em estoques, apesar de forte alta na mina S11D.

Logo da Vale em unidade da empresa em Brumadinho
29/01/2019
REUTERS/Adriano Machado
Logo da Vale em unidade da empresa em Brumadinho 29/01/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Em relatório publicado ao mercado nesta quarta-feira, a mineradora informou que os volumes de vendas de minério e pelotas atingiram 67,7 milhões de toneladas entre janeiro e março, queda ainda de 30 por cento na comparação com o quarto trimestre de 2018.

Já a produção de minério de ferro atingiu 72,87 milhões de toneladas, recuo de 11 por cento na comparação anual e de 27,8 por cento frente ao último trimestre de 2018.

A queda de produção poderia ter sido maior não fosse o aumento da produção no S11D, maior empreendimento da história da Vale, que registrou 17,99 milhões de toneladas, alta de 54 por cento ante o mesmo período do ano passado e de 13,2 por cento ante o quarto trimestre.

No entanto, as fortes chuvas em São Luís do Maranhão em março e abril afetaram os embarques no porto de Ponta da Madeira e o transporte ferroviário na Estrada de Ferro Carajás (EFC), impactando assim os volumes de produção no Sistema Norte como um todo, que subiu apenas 1 por cento na comparação anual.

As vendas apenas de minério de ferro da companhia caíram 22,2 por cento entre janeiro e março, em comparação com o primeiro trimestre de 2018, para 55,4 milhões de toneladas. O recuo frente ao trimestre anterior foi de 31,2 por cento.

Já as vendas de pelotas somaram 12,314 milhões de toneladas no mesmo período, uma queda de 6,2 por cento na comparação anual e redução de 23 por cento ante o quarto trimestre.

IMPACTO EM MINAS

O desdobramento do rompimento da barragem em Brumadinho, que gerou uma onda de rejeitos de minério sobre instalações da própria Vale e comunidades, deixando 236 mortos e dezenas ainda desaparecidos, reduziu fortemente a produção em Minas Gerais.

No Sistema Sudeste, que inclui operações da Vale em Itabira, Minas Centrais e Mariana, a produção de minério de ferro somou 19,58 milhões de toneladas, uma queda de 11,9 por cento ante o mesmo período do ano passado e um recuo de 26,2 por cento em relação ao último trimestre de 2018.

Já no Sistema Sul, que inclui ativos de Paraopeba, Vargem Grande e Minas Itabirito, a produção somou 11,78 milhões de toneladas, uma queda de 36,4 por cento ante o mesmo período do ano passado e um recuo de 43,9 por cento em relação ao quarto trimestre.

Com o rompimento de barragem em Brumadinho, em 25 de janeiro, a produção de minério de ferro da Vale foi impactada por decisões da empresa de acelerar o descomissionamento de algumas estruturas consideradas mais perigosas e embargos judiciais em algumas operações.

A maior produtora global de minério de ferro reiterou a previsão de vender entre 307 milhões e 332 milhões de toneladas de minério e pelotas em 2019, reafirmando que a "expectativa atual é que as vendas fiquem entre o mínimo e o centro da faixa".

Em meados de abril, a mineradora previa vendas em torno do centro daquela faixa, mas a companhia reviu a expectativa após uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, no início de maio, suspender novamente a produção na mina de Brucutu, maior operação de minério de ferro da empresa no Estado.[nL2N22I1MG]

Antes do desastre, a Vale projetava vender 382 milhões de toneladas em 2019.

As vendas do primeiro trimestre também foram impactadas por novos procedimentos de gerenciamento do volume estocado nos portos chineses.

A partir de agora, a empresa apenas reconhece a receita de minério vendido mediante a retirada de carga.

Anteriormente, o reconhecimento era feito independentemente da retirada do produto pelo cliente.

NÍQUEL

A produção de níquel da Vale, por sua vez, registrou 54,8 mil de toneladas no primeiro trimestre, uma queda de 6,5 por cento ante o mesmo período do ano passado e recuo de 14,4 por cento em relação ao quarto trimestre.

A redução deveu-se principalmente à menor produção da PTVI (Indonésia), devido à parada programada de manutenção na refinaria de Matsusaka, no Japão; da VNC (Nova Caledônia), por manutenção programada na refinaria de Dalian, na China; e Sudbury (Canadá), em função de diferenças temporais na cadeia de processamento de níquel.

Já as vendas de níquel somaram 50,3 mil toneladas no primeiro trimestre, queda de 13 por cento em comparação ao mesmo período de 2018 e recuo de 15,4 por cento ante o quarto trimestre.

As ações da Vale operavam em baixa de 0,7 por cento no início da tarde, enquanto o Ibovespa subia 1,6 por cento.

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