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'Vamos garantir estabilidade fiscal', afirma Lula, dias após desacreditar meta de déficit zero

Durante evento no Itamaraty, presidente afirmou que o governo não venderá ativos públicos, mas fará com que eles se tornem competitivos e compartilhem relação com a iniciativa privada

7 nov 2023 - 15h01
(atualizado às 16h17)
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Lula sugeriu que País estabeleça meta de chegar a 1 trilhão de dólares de comércio exterior
Lula sugeriu que País estabeleça meta de chegar a 1 trilhão de dólares de comércio exterior
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 7, que o governo federal irá "garantir estabilidade fiscal". A fala acontece 11 dias após o presidente afirmar que "dificilmente chegaremos à meta zero até porque não queremos fazer corte de investimentos e de obras".

No final de outubro, em café da manhã com jornalistas, Lula destacou que não começaria o ano fazendo um "corte de bilhões nas obras que são prioritárias neste País". "Eu acho que, muitas vezes, o mercado é ganancioso demais e fica cobrando a meta que eles acreditam que vai ser cumprida", disse.

Nesta terça-feira, ele voltou brevemente ao assunto ao participar da abertura do 6º Brasil Investment Forum - BIF 2023, no Palácio do Itamaraty. "Nós vamos garantir estabilidade política, nós vamos garantir estabilidade social, nós vamos garantir estabilidade jurídica, nós vamos garantir para vocês estabilidade fiscal e nós queremos garantir para vocês a possibilidade de vocês colocarem a inteligência empresarial de vocês para que este país cresça cada vez mais", afirmou.

Lula disse que o governo federal não venderá ativos públicos, mas fará com que eles se tornem competitivos e compartilhem relação com a iniciativa privada. Ao enaltecer a importância do Estado e dizer que ele pode ser um indutor do crescimento, Lula disse que o governo irá utilizar os bancos públicos não para prejudicar bancos privados, mas para trazer alternativas.

Na avaliação do presidente, não é preciso diminuir o Estado para valorizar a iniciativa privada. Segundo ele, se o Estado se colocar como "indutor de desenvolvimento de um país", é possível ter o Estado "fazendo investimento sadio para a gente crescer".

"Tenho fé em Deus e tenho fé no nosso governo que nós vamos utilizar os bancos públicos não para prejudicar bancos privados, mas para oferecer alternativas e oportunidades de créditos a juros mais baratos, de longo prazo, para que a indústria brasileira se transforme definitivamente numa indústria competitiva", disse.

"No nosso governo, a gente não vai tentar vender a cama para a gente dormir no chão, a gente não vai vender ativos públicos, vamos fazer com que eles se tornem tão competitivos e que compartilhem relação com iniciativa privada para que a gente possa melhorar", completou.

O chefe do Executivo comentou que os Estados Unidos estão tentando subsidiar a chamada indústria verde para financiar uma nova matriz energética. "Nós não vamos subsidiar, vamos apenas incentivar e, se depender da vontade do governo, quem quiser fazer investimento para produzir carro verde, bicicleta verde, carne verde, não precisa procurar, tem um lugar chamado Brasil", afirmou.

Em fala direcionada ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Geraldo Alckmin, Lula questionou: "Ao invés de 600 e pouco bilhões de dólares de comércio exterior, por que a gente não estabelece meta de chegar a 1 trilhão de dólares de comércio exterior e vamos buscar isso?"

No acumulado do ano até outubro, o Brasil já acumula US$ 80,2 bilhões de saldo na balança comercial, e US$ 484,7 bilhões de corrente comercial, segundo dados do Mdic. A previsão é de que, ao final do ano, a corrente alcance o patamar de US$ 575,3 bilhões.

Estadão
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