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Veja como o câmbio incide no dia a dia

28 jun 2012 - 08h40
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Muita gente não sabe, mas a variação das taxas cambiais tem influência direta em nosso dia a dia. Do preço do pão francês ao da gasolina, os impactos econômicos são bastante perceptíveis em alguns casos. No caso do pãozinho, por exemplo, a maior parte do trigo utilizado no País é importada. Com a alta do dólar, a importação se torna mais cara e, consequentemente, o preço final do produto encarece, afetando o bolso de praticamente todo brasileiro.

Variação das taxas cambiais tem influência direta em nosso dia a dia
Variação das taxas cambiais tem influência direta em nosso dia a dia
Foto: Anatoliy Babiychuk / Terra

Embora a cotação afete o consumidor brasileiro, seu conceito ainda não está totalmente dissipado entre a população. A taxa de câmbio é o valor de uma moeda estrangeira medido em unidades do real. Ela é fundamental para o desenvolvimento da economia do Brasil no comércio internacional e afetam diretamente a compra de produtos estrangeiros e a venda de produtos nacionais.

Segundo informações do Banco Central (BC), no Brasil, a moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, o que faz com que a cotação seja, normalmente, desta moeda. Por exemplo, quando se diz que a taxa de câmbio é de 1,6, significa que, para comprar US$ 1 é preciso desembolsar R$ 1,60. Essa variação reflete, portanto, no custo de uma moeda em relação à outra.

Câmbio flutuante

Para divulgar as taxas de câmbio, o Banco Central faz uma média do dia, com base nas operações realizadas no mercado. Elas servem como referência, mas não são obrigatórias. No Brasil, a taxa de câmbio é flutuante desde 1999, quando houve a crise de desvalorização do real. Isso significa que não há regulamentação oficial que estabeleça e fixe uma taxa, fazendo com que ela oscile de acordo com a demanda do mercado.

Segundo Alfredo Meneghetti Neto, professor de economia da PUC do Rio Grande do Sul e economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) do mesmo estado, adotar esta postura é benéfico para o País, uma vez que cumpre, rigorosamente, as metas de inflação nacional. "Com isso, mostramos transparência em nossas contas internacionais", esclarece.

Meneghetti diz que, atualmente, o Brasil está em uma situação favorável economicamente. "No momento, o real está mais valorizado que o dólar. Quando isso ocorre, tem-se um fluxo muito grande de importação de produtos", explica. Neste caso, há mais ofertas de mercadorias internacionais concorrendo diretamente com os produtos brasileiros, dando mais oportunidade de compra para a população. "Em função das taxas cambiais, essa situação age como um efeito limitador da inflação brasileira", diz.

A variação cambial influencia também o próprio crescimento dos negócios brasileiros. Com a queda do dólar, as exportações diminuem e, consequentemente, isso impacta as oportunidades de emprego no País. "As empresas brasileiras poderiam estar produzindo mais, ao invés de importar tantos produtos. Mas isso não está acontecendo devido à taxa atual do dólar", explica Meneghetti. Para o professor, o brasileiro tem benefícios com relação aos preços dos produtos que ficam mais baixos para competir com os concorrentes importados, mas a economia nacional perde pelo fato de as exportações não apresentarem um bom desempenho.

Ógui

Especial para o Terra

Fonte: Terra
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