Veja os nomes que estão sondados para o comando da Petrobras
Nome de secretário do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade, ganhou força, mas também outros nomes entraram no radar: Márcio Weber, Décio Oddone e Vasco Dias
BRASÍLIA - A desistência de Adriano Pires para a Presidência da Petrobrás e Rodolfo Landim para o Conselho de Administração da empresa explodiu a bolsa de apostas para os novos nomes para o comando da petrolífera brasileira.
O nome do secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade, ganhou força, mas também outros nomes entraram no radar: Márcio Weber, Décio Oddone e Vasco Dias.
Márcio Weber é atual conselheiro da empresa. Foi membro da Diretoria de Serviços da Petrobras Internacional (Braspetro) e Diretor da Petroserv S.A. Uma das vantagens é que ele pode "descer" do Conselho para a Diretoria Executiva. Já sendo Conselheiro, ele poderia ser aprovado como presidente na reunião. A vantagem é que os conselheiros já passaram pelo crivo da checagem exigida pelas regras de governança.
Oddone é ex-diretor geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e atual diretor-presidente da Enauta. Foi CEO da Petrobrás Bolívia e presidente do Conselho de Administração e CEO da Petrobras Energia. Experiente, Oddone tem como empecilho estar no comando da Enauta, que tem negócios com a Petrobras.
Já Vasco Dias foi ex-presidente da Shell Brasil. Mas tem conexão com a Cosan, de Rubens Ometto, a exemplo do Adriano Pires, que desistiu do cargo depois que o seu nome não passou no teste de governança da empresa. Atualmente é membro do Conselho de Administração da Cosan. Já foi diretor executivo da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e presidente da Raízen Energia.
O nome do ex-secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia Márcio Felix (hoje na EnP Energy) e dos ex-conselheiros Cynthia Silveira e Omar Carneiro da Cunha também estão sendo citados nos bastidores. Ela hoje preside a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) e Cunha já trabalhou na Shell.
Para a presidência do Conselho de Administração, duas mulheres ganham força: Clarissa Lins, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, e a atual conselheira da Petrobras Sonia Villalobos.
Auxiliar do ministro da Economia, Paulo Guedes, Caio Andrade é bem visto no Palácio do Planalto. Ele não tem experiência na indústria de óleo e gás, nem foi CEO por muito tempo em grandes empresas, mas a avaliação é de que é possível aprovar seu nome porque foi presidente da Serpro e de empresas menores que ele fundou.
Uma das dificuldades para encontrar o nome que passe no crivo são as regras de governança mais apertadas criadas no período pós-operação Lava Jato, motivo de crítica aberta ontem do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL). Em tom irônico, ele disse que seria preciso pegar um "arcebispo" para a presidência da empresa. A queixa é de que nenhum executivo experiente do setor se enquadraria nas regras.
O presidente Jair Bolsonaro tem reunião nesta terça com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, segundo a agenda oficial do chefe do Executivo. O encontro, no gabinete presidencial no Palácio do Planalto, vem no momento em que o governo avalia novos nomes para a presidência da Petrobras e a presidência do conselho da estatal.
Bolsonaro e Albuquerque já estiveram juntos na segunda no Rio de Janeiro, quando Pires avisou o governo de que havia desistido de ser o novo presidente da Petrobras após a empresa identificar conflitos de interesse entre o comando da estatal e a consultoria do economista na área de petróleo e gás. Já Landim disse ter recuado da ideia de chefiar o conselho para se dedicar à presidência do Flamengo, cargo que pretendia acumular com a estatal.
O governo corre contra o tempo e tem prazo para indicar nomes para os cargos: a próxima quarta-feira, dia 13 de abril, data da Assembleia Geral Ordinária da empresa que tratará do assunto. É neste momento que são votadas as indicações da União, acionista majoritária, depois da avaliação das aptidões e eventuais restrições para os cargos. Por ser controlador da Petrobras, o governo tem votos suficientes para emplacar suas indicações.