Veja quais as melhores opções de investimento para os filhos
Especialista faz recomendações e simulações de rendimento para 18 anos
Muitos pais querem fazer uma poupança para seus filhos. Mas escolher onde colocar o dinheiro para esse fim pode ser difícil para quem não é investidor experiente, tendo em vista que será uma grande soma, e o valor deve ter uma boa rentabilidade mas sempre com segurança.
Como saber qual a melhor opção? Essa era a dúvida de Isabele Vicelli, que teve um filho recentemente e buscava uma forma de investimento para o futuro dele. A ideia de Isabele é investir cerca de R$ 200 ao mês, até a maioridade do filho daqui 18 anos.
A especialista Liliana Berthier, COO da Lifetime Asset Management fez algumas simulações de rendimento em investimentos seguros e com bom rendimento com base nesse cenário, que pode servir de base para outros pais terem uma ideia do rendimento e possibilidades de investimento para o futuro dos filhos.
“Os 18 anos podem parecer distantes, mas uma hora chega e a falta de dinheiro poderá ser um obstáculo para a realização de sonhos como fazer um intercâmbio ou comprar um carro. Uma das formas mais saudáveis para os pais garantirem ou apoiarem na realização desses sonhos, é formar uma reserva financeira. Quanto mais cedo se organizarem, melhor. Assim, a disciplina e o tempo trabalharão a favor do projeto”, afirmou a especialista.
Ela afirma que uma alternativa para a formação desta reserva é o investimento em Tesouro Direto, no caso, o papel Tesouro Selic: “Possui baixo risco e alta liquidez, presente na carteira de investidores conservadores”.
Por exemplo, considerando uma taxa de 10% ao ano, com aportes mensais de R$ 200,00, ao longo de 18 anos, o filho resgataria aproximadamente R$ 103.600,00 já com o desconto do Imposto de Renda (alíquota de 15%).
Retorno positivo acima da inflação
Ainda segundo Berthier, os títulos atrelados à inflação, como o título público NTN-B (título indexado pelo IPCA), garante um retorno positivo acima da inflação mais uma taxa de juro prefixada.
Em uma simulação, considerando uma inflação de 4% ao ano e uma taxa fixa de 5,80% ao ano, com aportes mensais de R$ 200,00, ao longo de 18 anos, o filho resgataria aproximadamente R$ 104.000,00 já com o desconto do Imposto de Renda (alíquota de 15%).
Já para um investimento em ativo atrelado ao CDI, o retorno pode ser maior: em um cenário com o CDI em 10% ao ano e uma carteira com perfil moderada com expectativa de retorno de 120% do CDI, aportes mensais de R$ 200,00 ao longo de 18 anos, o filho resgataria aproximadamente R$ 126.300,00, já com o desconto do Imposto de Renda (alíquota de 15%).
Veja a comparação de rendimento dos títulos de renda fixa, com aporte mensal de R$ 200, ao longo de 18 anos*:
- • Tesouro Selic - R$ 103.600,00
- • Tesouro IPCA - R$ 104.000,00
- • Ativo com 120% do CDI - R$ 126.300,00
- • Previdência VGBL - R$ 107.250,00
(*) Valores aproximados, considerando as condições descritas no texto. Valores já descontados de imposto de renda.
Já pensando em aposentadoria
Uma outra alternativa utilizada para a reserva dos filhos são os fundos de previdência, mais conhecidos para aposentadoria, mas que também são opção para o financiamento estudantil, afirma Liliana Berthier.
“Para o investidor que não possui disciplina, ou sem uma assessoria ativa, pode valer a pena. Importante o investidor avaliar a taxa de administração dos fundos antes da decisão. Uma das maiores vantagens é a tributação que pode chegar a 10% após 10 anos, optando pelo VGBL”, diz ela.
Para esse caso, considerando um fundo com rentabilidade esperada de 100% CDI, e um CDI de 10% a.a., com aportes mensais de R$ 200,00, ao longo de 18 anos, o filho resgataria aproximadamente R$ 107.250,00 já com o desconto do Imposto de Renda de 10%, alíquota menor do que nas outras alternativas.
Renda variável pode ser alternativa, mas é preciso cuidado
Apesar de fazer a simulação com ativos de renda fixa, que são os mais seguros, Berthier explica que é possível também escolher uma estratégia mais arriscada, considerando que o investimento será para longo prazo.
“Vale mencionar que o projeto de formar uma reserva financeira tem um horizonte de longo prazo, o qual pode favorecer investimentos com características de risco e liquidez diferenciados, com oportunidade de investir em ativos com maior risco e sem liquidez imediata”, alerta.
Para quem escolhe esse caminho, a especialista dá a dica: “Na prática, essa reserva não será resgatada no curto prazo, e não importa se a Bolsa caiu ou subiu na semana ou no mês, pois no longo prazo essas oscilações são minimizadas e os retornos tendem a ser melhores que uma carteira formada, exclusivamente, por ativos mais conservadores. Claro que quanto mais próximo o filho estiver dos 18 anos, mais adequado será manter uma carteira conservadora, para que essas oscilações não inviabilizem a realização do projeto.”
Além disso, para complementar o planejamento, Berthier considera importante avaliar a contratação de um seguro de vida com cobertura: “Quando pensamos em garantir o futuro dos filhos, é natural os pais se perguntarem o que aconteceria na sua falta, caso a reserva financeira não esteja completa: meu filho teria recurso suficiente para cursar a faculdade? Caso a resposta seja não, é importante a avaliação e contratação de um seguro de vida com cobertura para a realização do projeto”, afirmou.
“O mais importante é que os pais se organizem e planejem, e para esse planejamento, a recomendação é contar com o apoio de uma assessoria de confiança que tenha como objetivo a construção desse projeto em conjunto com o investidor”.
O importante é se planejar: “Quanto mais cedo iniciarem, mais próximo os filhos estarão da realização dos sonhos”, finaliza a especialista.