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'Vejo a retomada de investidores estratégicos de fora ao País', diz responsável por M&A do Santander

Renato Boranga diz que o crescimento do PIB poderá impulsionar a consolidação nos setores de consumo e varejo

27 jan 2020 - 04h11
(atualizado às 05h55)
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À frente de importantes fechamentos de negócios em 2019, o Santander prevê para 2020 um ano recorde de operações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) no País. Renato Boranga, responsável pela área de M&A do banco, diz que o crescimento do PIB poderá impulsionar a consolidação nos setores de consumo e varejo. Mas, para ele, as privatizações deverão ditar os principais negócios deste ano. Dados da consultoria Dealogic mostram que as transações de fusões e aquisições somaram R$ 175 bilhões no ano passado, valor 3% maior sobre o ano anterior. Em 2019, o banco assessorou a Petrobrás nas vendas do gasoduto TAG para a francesa Engie, por US$ 8,6 bilhões, e da empresa de gás de cozinha Liquigás para o consórcio formado entre a Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás, por R$ 3,7 bilhões.

O governo quer acelerar as privatizações este ano. Veremos importantes fechamentos de negócios?

Sim. O movimento de privatização estará mais ativo com a intenção do governo de acelerar seus planos de desinvestimentos. Em infraestrutura, por exemplo, veremos investidores interessados em concessões públicas, sobretudo de estradas e aeroportos.

Quais outros setores que estarão no radar de investidores?

Os setores de consumo e varejo, que são ligados diretamente ao PIB, voltarão a ficar mais atraentes. Nos últimos meses, vimos muitas empresas se capitalizando no mercado de capitais e elas podem acelerar esse movimento de consolidação.

Quais áreas de consumo e varejo devem atrair investidores?

Os segmentos de eletroeletrônicos ainda têm muito espaço para consolidação. Moda também é um setor que pode gerar bons negócios.

Que tipo de investidor tem interesse de fazer aportes no País?

Acredito na retomada dos investidores estratégicos estrangeiros. No ano passado, vimos muitas operações com locais porque grupos e fundos internacionais estavam tentando entender o ambiente político após a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Os grupos brasileiros vão continuar bem ativos, mas os de fora também voltam com apetite.

A volatilidade do câmbio preocupa?

Esta é uma preocupação maior dos fundos de private equity (que compram participação em empresas) porque eles buscam retorno aos seus negócio no curto prazo. Mas não vejo o câmbio como uma questão que possa preocupar as futuras operações este ano.

Estadão
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