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Venda por voz, êxito lá fora, chega ao Brasil

Primeira ação, da marca Bonafont, usará o Google Assistente, de celulares Android, para vender água mineral

12 nov 2018 - 05h10
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"Ok, Google! Quero falar com a Bonafont. Quero comprar um galão de água". Assim, em poucos segundos, o consumidor poderá comprar água mineral. Sem digitar nada. A nova função do Google Assistente (presente na maior parte dos celulares Android), a de fazer transações comerciais, está prestes a estrear no Brasil, em parceria com a Danone Águas. A novidade deve estar disponível ainda esta semana.

"Tudo vai ser feito por voz. Na primeira vez, claro, o consumidor terá de inserir, falando ou digitando, dados de pagamento e endereço. Isso vai ficar armazenado na memória da conta do Google Assistente e, a partir daí, bastará fazer o pedido", explica Léo Xavier, presidente da Pontomobi, agência especializada em marketing por celular, que criou a nova ação.

Qualquer pessoa com um smartphone poderá fazer compras desta forma. Não é preciso instalar aplicativo ou fazer downloads (a não ser no caso de celulares da Apple, que precisam instalar o aplicativo do Google Assistente). No Brasil, porém, 95% dos celulares são Android, segundo dados da empresa de pesquisas IDC. Além de pagar com cartão, o cliente também terá a opção de acertar a compra com o entregador, em dinheiro.

Porte. É um pequeno passo local para um mercado que já revoluciona o comércio lá fora. Nos Estados Unidos e na Europa, já é possível reabastecer a despensa com o Walmart, comprar ingressos para o cinema, pedir cafés do Starbucks e até fechar contrato de empréstimos por comandos de voz no celular ou interagindo com caixas de som inteligentes como a Alexa, da Amazon, e o Google Home.

"O comércio por voz vai ser a nova revolução das vendas pela internet", prevê Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, ABComm. "Assim como no fim da década passada dispositivos ativados por toque trouxeram novos consumidores para o comércio eletrônico", prevê o executivo.

Rodrigo Matheus, gerente de marketing de retornáveis da Danone Águas Brasil, espera que a ação com o Google Assistente ajude a influenciar no formato de venda da companhia. "Esperamos que, em dois anos, 20% de nossa vendas sejam por meios digitais, contra menos de 1% hoje."

O sucesso dessa nova forma de comprar, segundo Xavier, da Pontomobi, se baseia num dado simples: uma pessoa digita, em média, 35 palavras por minuto. Ao falar, essa média salta para 140 palavras. "Essa facilidade faz o usuário comprar mais", diz o publicitário. Citando pesquisa da ComScore, ele diz que, até 2020, metade das buscas na internet serão realizadas por voz.

Como funciona. Com a ferramenta de voz criada pelo Google, empresas e desenvolvedores podem criar ações para o Google Assistente que incluem pagamentos. "Além de pagar, usando comandos de voz, o usuário poderá ver seu histórico de pedidos, obter atualizações de status de entrega e muito mais, dependendo da experiência criada pelo desenvolvedor, ou seja, a marca", explica Marco Oliveira, gerente de parcerias de Google Assistente.

No caso da Bonafont, ao dar os comandos por voz "OK Google" e "Falar com Bonafont", a aplicação faz todas as perguntas para o fechamento da compra: quantidade de produtos, endereço de entrega, formas de pagamento. O sistema direciona o pedido ao distribuidor de água mais próximo, que faz a entrega e, no caso de pagamento em espécie, recebe o dinheiro.

O assistente de voz pode ser adaptado a diversas outras funções. Nos Estados Unidos, o Google uniu diversas funções para a empresa de vendas de ingressos online Fandango para transformar celulares em bilheterias virtuais. O usuário pode saber não só os horários de exibição, mas também comprar entradas e reservar assentos. No Reino Unido, tudo que a empresa de vendas por catálogo Argos dispõe pode ser adquirido por voz: de secadores de cabelos a fraldas.

No caso dos supermercados, a revolução é ainda maior. Nos EUA, com o Walmart, e no Reino Unido, com a Tesco, muitas pessoas não fazem mais as compras da semana ou do mês: vão apenas acrescentando itens à sua lista de compras por voz, assim que notam que falta algo em casa. Ao atingir certo valor, o assistente de voz pergunta se pode solicitar a entrega.

Estadão
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