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Vendas no varejo caem em maio por greve dos caminhoneiros, mas menos que o esperado

12 jul 2018 - 10h43
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As vendas no varejo brasileiro recuaram menos do que o esperado em maio, mas marcaram a primeira contração no ano e resultado mais fraco para o mês em dois anos por conta dos reflexos da greve dos caminhoneiros, abalando ainda mais a atividade econômica.

Cliente faz compras em supermercado em São Paulo, Brasil
11/01/2017
REUTERS/Paulo Whitaker
Cliente faz compras em supermercado em São Paulo, Brasil 11/01/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Em maio as vendas no varejo caíram 0,6 por cento na comparação com mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, resultado mais fraco desde a queda de 0,8 por cento em 2016.

Expectativas em pesquisa da Reuters junto a economistas era de queda mensal de 1,2 por cento e foi a primeira contração neste ano.

Em relação ao mesmo mês de 2017, as vendas avançaram 2,7 por cento, ante projeção de alta de 2,15 por cento.

Em maio, seis das oito atividades pesquisadas apresentaram perdas nas vendas, lideradas por Combustíveis e lubrificantes (-6,1%) e Livros, jornais, revistas e papelarias (-6,7%).

A única atividade que cresceu foi a de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6 por cento), enquanto em Outros artigos de uso pessoal e doméstico as vendas ficaram estáveis.

De acordo com a gerente da pesquisa no IBGE, Isabella Nunes, embora a greve de caminhoneiros no final de maio tenha provocado desabastecimento de alimentos no país, isso ficou restrito aos produtos hortifrutigranjeiros, e por isso as vendas em supermercados ainda conseguiram avançar no mês,

"O setor de hipermercados e mercados se mostrou no período da greve bem abastecido e teve perda com perecíveis. Os demais setores foram afetados porque as lojas não conseguiram funcionar por conta da dificuldade de deslocamento dos funcionários e porque os consumidores também se retraíram", explicou ela.

As vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, tiveram por sua vez o pior resultado na série iniciada em 2004 ao recuarem 4,9 por cento em maio sobre abril. As vendas de Veículos e motos, partes e peças despencaram 14,6 por cento, enquanto as de Material de construção caíram 4,3 por cento.

"O varejo ampliado é quem reflete mais o efeito da greve por que está mais próximo da indústria", explicou Isabella.

Maio foi marcado por desabastecimento em todo o país devido à greve dos caminhoneiros no final do mês, que abalou ainda mais a confiança tanto do empresariado quanto dos consumidores já estremecida pelas incertezas sobre a eleição presidencial.

O movimento levou a produção industrial a despencar 10,9 por cento em maio sobre o mês anterior e provocou reduções nas expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, que já chegam a 1,53 por cento ante 3 por cento anteriormente.[nL1N1U00CR][nL1N1U509N]

Em junho, a confiança do consumidor apurada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) atingiu o menor nível em 10 meses, enquanto a do comércio recuou pela terceira vez seguida.[nEMNI6K0SQ][nL1N1TT09M]

Veja detalhes dos resultados do varejo (%):

Atividade Abril Maio

Comércio Varejista +0,7 -0,6

1.Combustíveis e lubrificantes +3,7 -6,1

2.Hipermercados, supermercados, +1,0 +0,6

produtos alimentícios, bebidas e fumo

3.Tecidos, vestuário e calçados -0,7 -3,2

4.Móveis e eletrodomésticos +0,4 -2,7

5.Artigos farmacêuticos e perfumaria +1,9 -2,4

6.Livros, jornais e papelaria +1,2 -6,7

7.Equipamentos, material para +4,0 -4,2

escritório e comunicação

8.Outros artigos de uso doméstico 0,0 0,0

Comércio Varejista Ampliado +1,5 -4,9

9.Veículos, motos, peças e partes +1,2 -14,6

10.Material de construção +0,8 -4,3

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