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Vendas no varejo do Brasil têm 3º mês de alta e melhor julho desde 2000

10 set 2020 - 09h04
(atualizado às 10h10)
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O setor varejista brasileiro permaneceu em expansão em julho, com o terceiro aumento seguido das vendas e no ritmo mais forte para o mês na série histórica, diante da flexibilização das medidas de contenção ao coronavírus.

Mulher faz compras em supermercado de São Paulo
11/01/2017
REUTERS/Paulo Whitaker
Mulher faz compras em supermercado de São Paulo 11/01/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

As vendas no varejo tiveram em julho alta de 5,2% na comparação com o mês anterior, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O setor apresentou o terceiro mês de resultado positivo, embora tenha perdido força sobre os ganhos de 13,3% em maio e de 8,5% em junho, quando retornou ao nível pré-pandemia de coronavírus.

O resultado do mês ainda é o mais elevado para julho desde o início da série histórica em 2000.

Com isso, o comércio varejista está 5,3% acima do nível de fevereiro, quase a mesma variação mensal de junho, o que significa, segundo o IBGE, que o crescimento de julho já representou um ganho.

"Até junho, houve uma espécie de compensação do que ocorreu na pandemia, então em julho a recuperação já tem um excedente de crescimento", explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

"Os dados de junho e julho estão ligados ao saldo de bilhões de reais que o auxílio emergencial acabou tendo na renda da famílias. Ele se reverteu em parte em consumo e nas camadas mais baixas fez uma diferença no consumo das famílias", completou.

Na comparação com julho de 2019, houve aumento de 5,5% nas vendas.

Os resultados foram melhores do que as expectativas em pesquisa da Reuters de altas de 1,2% na comparação mensal e de 2,20% sobre um ano antes.

Os últimos meses vêm mostrando recuperação da atividade econômica no Brasil diante do afrouxamento das medidas de contenção ao coronavírus e de medidas de estímulo, depois de o Produto Interno Bruto ter registrado contração recorde de 9,7% no segundo trimestre.

Entre abril e junho, as despesas das famílias, que representam 65% do PIB, recuaram um recorde de 12,5% diante do isolamento social.

Em julho, do total de empresas varejistas consultadas na pesquisa, 8,1% relataram impacto em suas receitas das medidas de isolamento social, 4,1 pontos percentuais abaixo do número de junho e 20,0 pontos abaixo do momento de maior impacto registrado na pandemia (28,1% das empresas em abril).

O ganho mensal nas vendas em julho também deixa o patamar do comércio varejista perto dos níveis recordes vistos em outubro de 2014. O ponto mais baixo em relação ao recorde foi de -22,8% em abril, e em julho chegou a -0,1%.

Em julho, sete das oito atividades apresentaram alta nas vendas, com destaque para Livros, jornais, revistas e papelaria (26,1%), Tecidos, vestuário e calçados (25,2%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (11,4%).

A única atividade que não teve crescimento no volume de vendas foi Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que registrou estabilidade.

"O menor desempenho dos supermercados tem a ver com aumento de preços de alimentos, em julho não havia discussão sobre arroz e feijão ainda. A inflação de alimentos já era no entanto mais elevada. A receita até vem subindo mas o volume é menor por conta do peso de alimentos", explicou Santos.

No varejo ampliado, as vendas em julho aumentaram 7,2%, com o setor de Veículos, motos, partes e peças crescendo 13,2% e o de Material de construção avançando 6,7%.

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