Venezuela reporta colapso em oferta de petróleo e mercado global se aperta, diz Opep
A produção de petróleo da Venezuela caiu para uma nova mínima no mês passado, por conta das sanções dos Estados Unidos e de apagões, disse o país à Opep, aprofundando o impacto de um corte de produção global e apertando ainda mais a oferta.
Os cortes de produção da Opep e aliados, como a Rússia, somados às reduções involuntárias em Venezuela e Irã, ajudaram a conduzir os preços do petróleo a um rali de 32 por cento neste ano, acarretando em pressão do presidente norte-americano, Donald Trump, para que o grupo reduza seus esforços de sustentação do mercado.
Em relatório mensal divulgado nesta quarta-feira, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo afirmou que a Venezuela disse ao grupo que gerou 960 mil barris por dia (bpd) em março, queda de quase 500 mil bpd ante fevereiro.
A cifra da produção venezuelana traz números próximos às estimativas externas, que têm dito que o colapso econômico do país causou um impacto maior em sua indústria petrolífera.
A produção da Venezuela, antes entre as três maiores da Opep, vem decaindo há anos por conta dos problemas econômicos. Em março, a retração na oferta se deu pelas sanções dos EUA sobre a estatal PDVSA, projetadas para derrubar o presidente Nicolás Maduro, e pelos apagões elétricos.
A Opep retornou aos cortes de produção em 2019 devido à preocupação de que as desacelerações do crescimento econômico e de demanda levariam a um novo excesso de oferta. No relatório, a organização apontou que o panorama econômico passa por enfraquecimento e reduziu sua estimativa de crescimento global na demanda em 30 mil bpd, para 1,21 milhão bpd.
"Dados recentemente disponíveis confirmaram a tendência de queda observada nas atividades econômicas globais", disse o relatório.