Empreendedor baiano troca unhas por apliques e quer abrir escola de próteses capilares

Lucas Figueiredo tinha só 12 anos quando começou a se aventurar pelo ramo da beleza. Depois de aprender sozinho como fazer unhas, quando ainda vivia em Santo Amaro, no Recôncavo, hoje ele trocou a estética das mãos para outro aspecto tão importante quanto,  inclusive, para homens e mulheres: os cabelos.

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Hoje com 28 anos, Lucas é um dos principais nomes das próteses capilares focadas em cabelos afro em Salvador. O empreendedor é dono do Lukasartes, salão que fica no bairro de Pernambués.

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"Comecei a trabalhar com isso, porque observei muitos homens se cuidando na juventude e depois abandonando o autocuidado", explica Lucas, em entrevista ao Terra.

Desde a formação, feita no Studio Tapa Certo, em São Paulo, em 2022 até então, Lucas conta que já teve o retorno do investimento e sua clientela é variada. Também há diversidade nos produtos oferecidos.

"Hoje, uma aplicação custa por volta entre R$ 150 e R$ 200. Depende do tamanho do cabelo que o cliente quer, do tipo de fio, se é natural ou sintético. Cada prótese é feita por mim, fio a fio e à mão", diz ele, orgulhoso. 

Mercado promissor

O cabeleireiro não detalha seu faturamento mensal, mas o mercado que escolheu tem potencial. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza movimentou quase R$ 2 bilhões em 2022, ano em que foi divulgado o levantamento mais recente. 

A especialidade de apliques e próteses também é promissora. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) calcula que 42 milhões de brasileiros têm algum grau de queda de cabelo e os produtos como o da Lukasartes são a principal escolha de quem quer cobrir áreas de calvície ou cabelos ralos.

"Em períodos festivos ou eventos especiais, como formaturas, a busca por próteses é muito maior. Daí, em um período bom eu consigo atender mais de dez aplicações. Como tenho clientes fiéis, estou sempre realizando aplicações", acrescenta. 

Tanto sucesso no mercado local já motivou Lucas a sonhar ainda mais alto. De aluno, agora ele quer ensinar o que aprendeu em uma escola de cursos e salões especializados em próteses. 

Com o objetivo em mente, ele já sabe o que fazer.

"Preciso investir bem. Para isso, guardo 20% do meu dinheiro em uma conta poupança", acrescenta. 

Cursos e filiais pelo Brasil

O Studio Tapa Certo, onde o empreendedor Lucas Figueiredo aprendeu a aplicar próteses capilares, fica em São Paulo e é referência não só para o baiano. Fundado há três anos por Oberdã Luz, ele já chegou também a Santa Catarina e Rio de Janeiro.

"Eu entendi que o mercado poderia ser lucrativo a partir do momento em que percebi uma carência para próteses capilares afro. Notei que poucas pessoas realizavam esse procedimento no Brasil, o que gerava uma grande dependência dos profissionais que o ofereciam", explica.

Um ano depois de fundar o estúdio, Oberdã decidiu rodar os estados para ensinar barbeiros a fazer as próteses. Bahia, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo receberam um curso intensivo de um dia sobre a técnica fio a fio. 

Considerando cursos, cortes e aplicações de próteses, o faturamento de Oberdã cresceu mais de 200%. Desde então, o empreendimento já emprega cerca de 15 pessoas, entre recepcionistas e barbeiros.