Empresários apostam em academias do bem-estar
Luiza Castanho, especialista no mercado de luxo, explica porque isso ocorre
Empresários brasileiros têm apostado em academias de alto padrão ao investirem em bem-estar. Luiza Castanho, especialista no mercado de luxo, CEO do grupo B.House de academias, explica porque isso ocorre e dá dicas para que um produto atinja um patamar elevado de sofisticação.
A prática regular de algum exercício físico está crescendo entre os brasileiros, ainda que a maioria da população do país continue sedentária. Dados do Ministério da Saúde apontam que entre 2009 e 2020 houve um aumento de 7% entre pessoas que passaram a se mexer no tempo livre, saltando de cerca de 30% para 37%. Essa busca pelo bem-estar, aliás, é um fenômeno mundial.
Analisando a questão sob o ponto de vista daqueles que oferecem qualidade de vida através da prática de exercícios físicos, como empreendedores do segmento fitness, cerca de 80% deles espera que a receita de academias e clubes cresça mais de 5% entre 2023 e 2024. É o que mostra relatório global da IHRSA (International Health Racquet & Sportsclub Association), entidade que reúne profissionais do setor de atividade física ao redor do mundo.
Baseado em dados como esses, é louvável que haja um investimento maior em bem-estar, com foco em exercícios físicos. Agora, a pergunta que vem à cabeça de empreendedores brasileiros, como donos de academias, que tomam essa decisão: qual o melhor modelo de negócio no segmento? Nos últimos anos se falou muito em low cost, ligado ao baixo custo de operação do estabelecimento, que, hipoteticamente, significa oferecer mensalidades pacotes mais baratos ao cliente. Mas há quem aposte em modelos que vão no sentido contrário, conectando com o mercado premium e com o mercado de luxo, que agregam consumidores que exigem o melhor e estão dispostos a pagar mais por isso. E que para os quais não existe crise.
“Tudo que envolva qualidade de vida, como mostram vários estudos afins, é um campo fértil, passível de investimento e de lucro, se for bem elaborado e administrado. No nosso caso, apostamos em uma filosofia, pautada na excelência, conforto, tecnologia e sofisticação, e temos ciência que há público para isso”, afirma Luiza.
A especialista cita três ingredientes essenciais para que um produto ou empreendimento atinja um alto grau de excelência, obtendo sucesso no mercado de premium e luxo, inclusive no ramo de academias:
Maestria profissional
Entende-se por isso a capacidade de gerar valor acima da média. Esse é o requisito básico para que um produto ou negócio esteja inserido no mercado de alto padrão ou de luxo. É produzir algo diferenciado, raramente ou nunca visto, que faz com que as pessoas paguem mais pelo que está sendo oferecido a elas, entendendo isso sem questionamentos.
“É fugir da guerra de preços, tão comum quando se trata de produtos, serviços ou negócios genéricos”, explica Luiza.
Comprometimento com a excelência.
Essa diferenciação que o mercado de alto padrão ou de luxo pedem está relacionada a aspectos de sofisticação em todo processo que envolve o produto ou o negócio. No de produção, por exemplo, mão de obra e matéria-prima devem se destacar pela qualidade excepcional. Quando se trata de serviços prestados, agilidade e raridade são requisitos que devem andar de mãos dadas.
“A ideia é oferecer uma experiência única ao cliente, para que ele perceba, facilmente, uma mudança na vida dele e que não é mais possível ficar sem isso”, diz Luiza.
Construção da marca
Quando se cria um produto diferenciado, consolida-se, acima de tudo, uma marca, que faz com que os serviços e produtos oferecidos por ela estejam em outro patamar, de modo que sejam desejados por muitos, independentemente da classe econômica. Esse posicionamento é também imprescindível para se destacar nessa seleta prateleira do mercado de alto padrão ou luxo. Mas não se engane: o fato de custar mais, não significa que esse produto seja inacessível. Há pessoas que economizam a vida toda para um dia terem, ao menos, uma experiência exclusiva, ou um desses objetos de desejo.