'Olhe além da funcionalidade': O que o sucesso do Rock in Rio pode ensinar para empreendedores
Durante sua apresentação em São Paulo, Luís Justo revelou os principais desafios em administrar o festival
Quem começa um novo negócio, independentemente de qual ramo, quer uma coisa: ser bem sucedido. E representantdo uma das marcas que mais simbolizam o sucesso, Luis Justo, CEO do Rock in Rio, conta como a "Economia da Experiência" pode ser determinante para os negócios.
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"A dica que eu dou é: olhe para o seu produto para além da funcionalidade, mas viva a experiência que o seu cliente tem ao utilizar o seu produto. Quais são as dores que vêm associadas a ele? Quais são as soluções possíveis que o seu produto também pode trazer além daquilo que você pensou originalmente? E você vai ver que qualquer produto ou serviço tem várias oportunidades através dessa jornada de relacionamento do cliente com a sua empresa, com o seu negócio, oportunidade de inovação", explica.
Justo foi um dos palestrantes da Feira do Empreendedor 2024, que aconteceu em São Paulo entre os dias 11 e 14 de outubro. Nesta e em outras apresentações, Justo conta que o festival nasceu de uma insatisfação de Roberto Medina, o criador do Rock in Rio. Mais de 30 anos depois, os desafios de gerir um evento deste porte se renovaram -- assim como ocorre com negócios em qualquer indústria.
Durante a sua palestra, ele compartilhou cinco insights sobre negócios tendo como base a sua experiência à frente de várias empresas. Confira a seguir!
- Proposta de valor
Justo conta que, assim que assumiu o cargo de CEO na empresa, precisava entender por que as pessoas se sentiam motivadas a comprar um ingresso e assistir ao festival. Após o estudo de três cases de vendas, entendeu o que era o Rock in Rio para ele.
"O nosso negócio é isso aqui: proporcionar experiências inesquecíveis através da música e do entretenimento", explicou o empresário.
"Primeira lição do dia: produto e proposta de valor são coisas diferentes e o cliente não compra o produto, ele compra a proposta de valor. Ele está indo no Rock in Rio para viver uma experiência inesquecível e se essa experiência inesquecível vai ser materializada através de um artista preferido ou de um musical da Broadway falando a história do Rock in Rio ou de uma montanha-russa incrível que a gente criou", acrescentou. "A gente vai estar inovando, entendendo que o negócio é proporcionar experiência, não é só contratar bandas e colocar em cima do palco".
- Estratégia e cultura
Como segunda lição, ele explicou os valores da empresa e destacou que a estratégia é muito mais do que apenas definir um alvo, mas que também é necessário criar uma cultura que atraia pessoas com os mesmos valores.
“Existe uma filosofia central do nosso negócio que é o de sonhar e o de fazer acontecer. A gente começou a empresa a partir de um sonho, lá atrás através do Roberto, e até hoje, o Rock in Rio tem que ser uma plataforma para realizar o seu sonho. Não o meu, nem o do Roberto. [...] Quem está lá com a gente acredita nisso aqui”, conta.
- Inovação, jornada do cliente e escuta proativa
"A observação da jornada do cliente é uma opção de inovação quando se tem a tal da escuta ativa, de estar lá escutando o cliente. [...] Se a gente tem escuta proativa de entender o que a gente fez de errado, mas genuinamente querendo transformar a partir do que a gente ouve dos nossos clientes, é óbvio que o meu produto, o meu serviço, vai estar constantemente, sendo melhorado", destacou.
- Crise
No terceiro ensinamento, Justo detalhou que gerir um negócio não é um trabalho fácil. No entanto, o empreendedor pode transformar o problema em uma oportunidade.
"Falo isso da cadeira de quem está há 20 anos como CEO de empresas: é uma crise por dia. Não tem negócio fácil. Óbvio que fazer qualquer coisa relevante, pequena ou grande, passa necessariamente por esse tema. [...] Toda crise necessariamente tem uma oportunidade por trás", afirmou.
- Compartilhe os resultados com sua equipe
Como último conselho aos empreendedores, ele destacou que é importante convidar o funcionário a vivenciar os resultados do trabalho dele.
"Tem uma coisa que é obrigatória e que eu exijo que todo mundo faça no Rock in Rio. Quando a gente abre, depois de dois anos trabalhando tanto para aquele momento acontecer, a nossa equipe tem que estar na frente daqueles portões para a gente entender que aquela planilha que o financeiro está trabalhando, aquele cafezinho que o Tadeu está servindo, todos os perrengues que a gente vive ao longo daqueles dois anos, no final está sendo entregue para aquele cliente", destacou.