A oratória de Donald Trump
Amado por alguns, odiado por outros, Trump consegue chamar para si todos os holofotes, transmitindo intensidade na comunicação.
Olá, Speakers!
Donald Trump é, sem dúvidas, uma das personalidades mais polêmicas dos últimos tempos, não é verdade?
Amado por alguns, odiado por outros, o atual presidente norte-americano consegue chamar para si todos os holofotes, transmitindo suas mensagens de uma forma chamativa e, no mínimo, intensa.
Analisar a comunicação de Trump pode ser uma ferramenta muito útil para aprender mais sobre oratória. Algumas técnicas usadas pelo presidente são altamente eficazes, enquanto outras devem ser evitadas por todos aqueles que querem se tornar bons comunicadores.
Pensando nisso, na nossa conversa de hoje, vamos analisar alguns pontos da oratória do atual presidente norte-americano, identificando aspectos positivos e negativos, deixando claro que não é a intenção julgar o conteúdo das falas de Trump, mas, sim, a forma como se comunica.
O que aprender com a oratória de Trump?
- O uso do simples
Desde as eleições presidenciais nos Estados Unidos, especialistas em comunicação de várias partes do mundo têm se dedicado a entender a oratória de Trump e uma das características mais chamativas na forma como ele se comunica é sua preferência pelo simples.
Durante as suas falas, Donald Trump evita palavras rebuscadas e frases muito longas, optando, sempre que possível, por uma linguagem coloquial e acessível. Essa técnica já se provou eficaz em diversos contextos e isso acontece porque as pessoas – independentemente do grau de escolaridade que possuem – conseguem processar melhor e mais facilmente palavras “comuns”.
O que aprender com isso? Nas suas apresentações em público, evite rebuscar muito as suas falas, privilegiando uma linguagem direta e eficaz.
- Reforçando as palavras-chave
Outra técnica usada por Donald Trump que merece ser usada nas nossas apresentações em público é a maneira como ele reforça o seu raciocínio através da repetição de palavras-chave.
Você já ouviu aquele ditado que uma verdade é algo que é repetido muitas e muitas vezes? Na oratória, esse raciocínio tem certa razão. Ao abordar determinado assunto, Trump repete a ideia central do que foi dito, usando as mesmas frases e expressões para intensificar seus argumentos.
Quando usada com cuidado, essa técnica é uma grande ferramenta, especialmente quando as apresentações em público têm como intenção principal convencer o público sobre determinado fator, como comprar um produto, por exemplo.
Alguns dos maiores comunicadores de todos os tempos usam a mesma técnica, reforçando suas ideias ao repetir palavras-chaves. Um dos adeptos dessa técnica é, justamente, o antecessor de Trump na Casa Branca: Barack Obama.
- Vender uma emoção – e não apenas uma ideia
As falas de Trump podem ser criticadas por diversos motivos, é verdade. No entanto, é inegável a paixão com que ele defende suas ideias. Quando falamos em comunicação, estamos nos referindo à interação entre duas ou mais pessoas. E, se há pessoas envolvidas, há emoção.
Por isso mesmo, ao “vender” um sentimento, a comunicação se dá de forma muito mais eficaz, porque as pessoas tendem a se sensibilizar mais quando existe uma carga emotiva maior na mensagem transmitida.
Um erro muito comum entre aqueles que fazem apresentações em público é o uso excessivo de dados numéricos, sem dar a esses índices um significado emotivo. Quando Trump fala sobre números, ele consegue interpretá-los e colocar neles algum sentido que desperte emoções, sejam elas quais forem.
Em suas próximas falas, tente ter entusiasmo e, com equilíbrio, introduzir emoção às suas ideias. Você certamente notará a diferença!
O que NÃO aprender com a oratória de Trump?
Donald Trump não é polêmico apenas em suas decisões políticas. No que tange à oratória, as opiniões sobre a efetividade de suas falas tendem a confundir os especialistas em comunicação.
Se bem o atual presidente norte-americano aplica técnicas valiosas em suas falas, acaba deixando de lado aspectos essenciais de uma boa oratória, cometendo erros que comprometem sua comunicação.
Linguagem não-verbal
Você já assistiu a algum discurso de Donald Trump? Se sim, provavelmente notou que o atual presidente norte-americano mantém praticamente a mesma expressão facial durante toda a sua fala.
Não importa qual seja o tema em questão: Trump praticamente nunca sorri. Ao contrário, se mantem sério e sisudo durante todo o discurso.
Para alguns, essa “máscara” de mal-humorado nada mais é que uma estratégia utilizada pelo presidente. Pelas dúvidas, minha dica é: esteja atento à sua linguagem não-verbal durante suas apresentações, fazendo exatamente o oposto que o presidente norte-americano!
Sorrir, mostrar entusiasmo e manter contato visual são pilares essenciais para um bom comunicador. Aposte nisso!
A incapacidade de ouvir
Muitos se enganam quando pensam que a oratória é apenas a capacidade de falar bem. Obviamente, falar com desenvoltura é, sim, um dos itens centrais de uma boa oratória. No entanto, para que sejamos bons comunicadores temos que, antes de tudo, saber ouvir.
Nos debates ou em entrevistas, Donald Trump se mostra incapaz de ouvir os outros, especialmente quando esses outros têm opiniões contrárias às suas. Isso, ao invés de fortalecer a imagem do presidente, contribui para que sues discursos se tornem vazios de conteúdo.
“Livia, como assim?” É simples, Speaker. Quando escutamos o outro, num debate, numa conversa ou numa apresentação em público, encontramos ferramentas para compor a nossa própria fala. Afinal, dessa forma, saberemos quais são os argumentos que o outro utiliza e podemos pensar em formas de respondê-los ou convencê-los do contrário.
Seja pelos pontos positivos, seja pelos negativos, uma coisa é certa: a oratória de Trump ainda tem muito o que ser analisada até o fim do seu mandato!
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