Vídeo: Entenda como Open Finance pode ajudar alguém endividado
Ao contrário do que se imagina, compartihar suas informações pode ajudar com seu banco
Muito tem se falado sobre Open Finance, no entanto, pela falta de uma informação mais adequada, ainda tem gente que acha que isso não é seguro. Pior: tem muito endividado que acha que compartilhando suas informações sua situação pode piorar. Mas acontece exatamente o contrário.
O Open Finance funciona assim: você tem conta nos bancos A e B. Através do app, você autoriza que um compartilhe suas informaçõs bancárias com o outro. Esse compartilhamento você pode interromper a hora que quiser.
Isso permite, por exemplo, que o banco A ofereça crédito e produtos novos baseado em sua movimentação no banco B. Já tem até banco permitindo que você use o banco A para fazer um Pix com o saldo que você tem o banco B.
“Essa nova fase implementada pela instituição financeira mostra que as instituições financeiras começaram a criar produtos atrativos usando o Open Finance”, diz Juan Ferrés, CEO da Teros, empresa de inteligência de dados e tecnologia. “Nós acreditamos que esse movimento de lançamento de novos usos se torne cada vez mais comum entre as corporações e entre as fintechs, financeiras, mas que se espalhe para o varejo, para os back offices das empresas, para o setor de investimentos e de seguros. Há muitas iniciativas em curso, que devem mudar a percepção do consumidor sobre o benefício do compartilhamento no Open Finance.”
A preocupação dos endividados
Para os endividados, pode ser a oportunidade de ter crédito novo. É um erro achar que o banco A saberá de sua dívida com o banco B. Isso ele já sabe ― especialmente se o nome está no Serasa. A diferença é que com o Open Finance você compartilha também seu bom histórico, não apenas aquele que é ruim.
“A informação mais fácil de ‘comprar’ no mercado é se a pessoa já ficou devedora alguma vez. Assim, as instituições ‘ficam no escuro’ ao calcular o risco do empréstimo, usando muitas vezes informação da própria base histórica para definir o risco do não pagamento, que podem estar enviesadas por uma seleção ruim da carteira, e acabam oferecendo juros mais altos do que poderiam”, explica Lígia Novazzi, COO e sócia da Teros.
“Com o Open Finance, as instituições terão mais informação e assim poderão aumentar tanto a base quanto a qualidade da oferta de crédito, contribuindo para que as famílias consigam melhorar e até mesmo reduzir seu endividamento. Além disso, com a capacidade de obter informação de qualidade ― hoje restrita a grandes instituições ―, mais players se tornaram competitivos no mercado, contribuindo para o aumento da concorrência e consequentemente a oferta de juros mais baixos.”
Lígia finaliza: “Esperamos que o Open Finance traga benefícios significativos para as famílias brasileiras. Isso porque as instituições financeiras, fintechs e cooperativas de crédito oferecem crédito e definem taxas conforme a capacidade do indivíduo de pagar. O que acontece hoje no mercado é que as instituições guardam para si as informações dos bons pagadores.”