'Volatilidade é melhor momento para o investidor de private equity', diz presidente do HSI
Máximo Lima afirma que os brasileiros estão mostrando mais apetite para os investimentos e private equity
O fundo de private equity (que compra participação em empresas) HSI, especializado no setor imobiliário, está em pleno processo de captação de seu mais novo fundo, em meio à grande volatilidade do mercado. Sempre focado em investidores estrangeiros, o HSI dessa vez decidiu abrir a captação também aos brasileiros, que agora mostram mais apetite para esse tipo de investimento. A ideia é fechar uma captação de aproximadamente US$ 600 milhões - mais de R$ 3 bilhões. Segundo o presidente da HSI, Máximo Lima, o investidor de private equity entende o momento de volatilidade e tem apetite ao maior risco.
A atual volatilidade está afetando o processo de captação?
Pode parecer contraintuitivo o investimento, porque o mercado passa por reprecificação de riscos. No entanto, o investidor desse tipo de produto é diferente do fundo imobiliário, que é aquele que gosta mais de renda e risco mais controlado. No private equity não tem renda, nós tomamos o risco da incorporação. O perfil de risco é diferente e há um entendimento de que a maior volatilidade é o melhor momento para o investidor de private equity. Historicamente, nossos fundos eram quase que uma exclusividade de estrangeiro investindo, os fundos locais não tinham tanto apetite, algo que agora começou a mudar.
Que tipos de ativos vocês estão de olho?
Não somos um fundo temático. Dentro do universo do mercado imobiliário podemos comprar um terreno, uma companhia do setor, escritório. Acredito que no novo fundo teremos um pedaço investido em residencial, em logística e algo menor em escritório.
Como o sr. vê hoje o mercado imobiliário residencial?
Nosso foco é no segmento de alto padrão, em bairros nobres. Isso é algo que nós entendemos. Com a pandemia, as pessoas passaram mais tempo em casa, e mesmo com a volta das atividades presenciais, muitas famílias viram que seus espaços não eram adequados e estão buscando apartamento com plantas mais flexíveis, com construções mais modernas, onde há mais facilidade de personalização para as suas necessidade.
E como tem sido a conversa com os investidores estrangeiros?
O momento é desafiador. Eu capto dinheiro fora do Brasil desde 2005 e tenho uma relação muito próxima com esses investidores. A imagem não está muito boa e eles estão com dificuldade de entender a situação. Estou tendo muito mais trabalho para explicar que nem tudo está ruim e que há coisas boas sendo feitas.