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Volkswagen e MPT se reúnem na quinta-feira para discutir denúncia de trabalho escravo em fazenda

Montadora é acusada de maus tratos a funcionários no período de 1974 a 1986, quando era dona de uma propriedade na Amazônia para a criação de gado

26 set 2022 - 14h32
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O Ministério Público do Trabalho (MPT) realiza na quinta-feira, 29, nova audiência administrativa com a Volkswagen do Brasil para discutir a reparação da empresa em caso de trabalho escravo ocorrido nas décadas de 70 e 80, na Fazenda Vale do Rio Cristalino no Pará. A audiência ocorrerá à 14h na sede do órgão em São Paulo.

A primeira audiência ocorreu em 14 de junho, na Procuradoria-Geral do Trabalho (PGT), em Brasília. Durante a reunião, o MPT expôs o histórico e as principais questões sobre o material coletado durante a apuração feita até o momento. Na sequência, foram solicitados novos documentos à empresa sobre fatos ocorridos em sua propriedade rural, conhecida como Fazenda Volkswagen.

O processo teve início em 2019, quando o MPT recebeu documentos relacionados a situações de submissão de trabalhadores a condições degradantes de trabalho na propriedade entre os períodos de 1974 e 1986. À época, o grupo tinha o plano de construir um grande projeto agrícola na Amazônia para a criação de gado.

Entre as violações denunciadas estão falta de tratamento médico nos casos de malária; impedimento de saída da fazenda, em razão de vigilância armada ou de dívidas contraídas com a empresa; alojamentos instalados em locais insalubres, sem acesso à água potável e com alimentação precária.

A fazenda mantinha cerca de 300 empregados diretos para funções administrativas, mas os serviços de roçagem e derrubada da floresta, realizados nas frentes de trabalho, eram executados por trabalhadores sem vínculo empregatício.

Empresa não se pronuncia

O material entregue ao MPT foi reunido pelo padre Ricardo Rezende Figueira, que, à época, era coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) para a região do Araguaia e Tocantins da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Para apurar as denúncias, foi constituído um grupo de trabalho composto por procuradores do Trabalho, com ampla experiência no combate ao trabalho escravo contemporâneo. Procurada hoje, a Volkswagen informou que não comenta processos em andamento.

Estadão
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