Votação da reforma da Previdência será prioritária, diz Maia
Reforma deve seguir o rito tradicional de uma PEC; sobre projeto anticrime do ministro Sergio Moro, debate seria "mais longo"
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reiterou à GloboNews, na noite desta quarta-feira, 6, que a votação da reforma da Previdência será tratada como prioritária no plenário da Casa. Segundo o parlamentar, o projeto de combate ao crime apresentado nesta semana pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, veio em momento "adequado" e poderia tramitar nas comissões da Câmara com a reforma da Previdência, mas avaliou que o debate em torno do projeto de segurança é "mais longo". Antecipá-lo, portanto, poderia "contaminar" o plenário para a votação das novas regras de aposentadoria.
O presidente da Câmara reafirmou ainda que a reforma previdenciária deverá seguir o rito tradicional de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), destacando que o prazo é suficiente para que o governo organize sua base e angarie os votos suficientes para a aprovação do texto e também para a recuperação da saúde do presidente Jair Bolsonaro, que está internado em São Paulo após cirurgia para retirada da bolsa de colostomia.
"A pior coisa é tentar suprimir prazos regimentais", disse. Maia voltou a falar em até três semanas para aprovar o texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e em pouco mais de duas semanas para o mínimo de 11 sessões para que o texto possa ir à votação na comissão especial. "Não vejo problema em respeitar rito. Senão, onde que vai parar a Previdência? No Supremo", afirmou.
Maia se mostrou ainda confiante na aprovação da reforma da Previdência, afirmando que continua "rodando o Brasil" e dialogando com governadores para conseguir o apoio necessário. "Votação da Previdência não é de direita, de esquerda, e nem deste governo; é de todos", disse. "O diálogo é que vai construir um texto, baseado na proposta inicial, que atenda a sociedade e entes da federação."
Maia disse ainda que o grande desafio da reforma não será a construção do texto, mas sim evitar a contaminação do debate por "falsas notícias". Ele repetiu que não vê problemas no "mérito" da proposta e destacou que o governo precisará se precaver, dialogando com a sociedade, para que o debate não seja dominado por interesses de corporações, como ocorreu com a tentativa de reforma previdenciária pelo ex-presidente Michel Temer. "Aqueles que não querem perder o beneficio começam a inventar, criar falsas informações", disse.
Na entrevista, Maia evitou comentar sobre pontos do texto que será apresentado pela equipe econômica ao presidente Jair Bolsonaro e também sobre a economia de R$ 1 trilhão em até 15 anos almejada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.