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Votorantim quer preservar caixa em meio à pandemia do coronavírus após lucro de R$4,9 bi em 2019

26 mar 2020 - 10h57
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A Votorantim SA, uma das maiores holdings diversificadas do Brasil, disse nesta quinta-feira que está buscando preservar o caixa em meio à pandemia do novo coronavírus, que já levou à paralisação parcial das suas operações no Peru e na Argentina e a uma expectativa de vendas menores de cimento. "A bússola de todo mundo está desorientada neste momento por causa da pandemia", disse o diretor financeiro, Sérgio Malacrida, em entrevista. "Então a liquidez é uma prioridade." Ainda assim, ele disse que o grupo decidiu não sacar por enquanto 1 bilhão de dólares em três linhas rotativas de crédito, porque considera que sua posição de caixa de 10 bilhões de reais - equivalente a um terço da receita do grupo em 2019 - está apropriada até agora. Dependendo da duração dos bloqueios relacionados ao coronavírus nos países em que atua, a Votorantim pode acabar usando as linhas de crédito, acrescentou.

09/05/2016
REUTERS/Paulo Whitaker
09/05/2016 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Atualmente, as operações peruanas de sua divisão de mineração Nexa Resources e da unidade de aço da Votorantim na Argentina estão parcialmente interrompidas por causa das determinações de isolamento da população por parte do governo. No Brasil, Malacrida disse que todos os seus negócios, que incluem cimento, suco de laranja, geração de energia e um banco, ainda estão operando sem grandes impactos, mas o surto de coronavírus já eliminou uma expectativa de crescimento de vendas este ano na Votorantim Cimentos. A Votorantim também pode implementar uma redução de custo para manter sua posição de caixa alta, acrescentou. No início desta semana, a empresa disse que pode reivindicar força maior em contratos de energia, buscando uma redução no volume contratado. Malacrida se absteve de fornecer uma perspectiva para o negócio em 2020, dizendo que qualquer estimativa depende da duração dos bloqueios. O lucro líquido da Votorantim no ano passado mais que dobrou para 4,9 bilhões de reais, ajudado principalmente pela venda de sua participação na Fibria Celulose SA para a Suzano Papel e Celulose SA. A receita permaneceu estável em 30,9 bilhões de reais no ano passado, com o aumento das vendas de cimento sendo compensado pelos menores preços dos metais. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização - um indicador do lucro operacional conhecido como Ebitda - caiu 26%, para 5,1 bilhões de reais. A Votorantim encerrou dezembro com dívida líquida de 1,95 vez seu Ebitda, praticamente em linha com o final de 2018.

O grupo anunciou esta semana que o atual diretor de desenvolvimento corporativo João Schmidt será o novo presidente da Votorantim a partir de maio, substituindo João Miranda.

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