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WhatsApp anuncia planos para tentar combater 'fake news'

Empresa fará parcerias com serviços de checagem de notícias e usará inteligência artificial para coibir notícias falsas na campanha

11 ago 2018 - 05h12
(atualizado às 09h55)
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Com 120 milhões de usuários no Brasil, o WhatsApp está preocupado com o impacto da disseminação de notícias falsas pelo aplicativo durante a campanha eleitoral. Para combater o problema, a empresa vai atuar em três frentes, com o reforço da proximidade com autoridades, o uso de inteligência artificial para coibir abusos e a formação de parcerias com serviços de checagem de notícias.

"Queremos garantir a integridade das eleições e a segurança dos usuários", disse o gerente de políticas públicas do WhatsApp, Ben Supple, em entrevista ao Estado. Em visita ao Brasil, ele também se reuniu com representantes de candidaturas presidenciais, apresentando como o aplicativo pode ser usado de forma responsável. "Somos uma ferramenta de comunicação importante. Não estamos encorajando ou treinando os políticos, mas é importante mostrar nossos limites", explicou.

Fora do Brasil o Whatsapp também tem sido usado para disseminar mentiras
Fora do Brasil o Whatsapp também tem sido usado para disseminar mentiras
Foto: Dado Ruvic / Reuters

Supple, bem como outros executivos do WhatsApp, tem se reunido com tribunais eleitorais para explicar, por exemplo, que tipo de dados poderá vir a ceder para embasar inquéritos, caso haja abusos. "A criptografia de ponta não permite o acesso ao conteúdo das mensagens, mas podemos colaborar (de outras formas)", afirmou.

Outro pilar da estratégia, diz Supple, é a parceria com agências de checagem de notícias. É o caso da Comprova, rede formada por 24 veículos de imprensa do País, incluindo o Estado, que checará informações durante as eleições.

A empresa também pretende realizar campanhas em jornais e na web para conscientizar os usuários. "Vamos mostrar como identificar uma notícia que pode ser falsa", disse o executivo do WhatsApp. "É importante que os usuários entendam que levamos segurança a sério".

Reforçar o uso de inteligência artificial para varrer agentes maliciosos do aplicativo é outra meta prevista. "Se um usuário mandar mil mensagens por minuto, é um sinal de que, na verdade, pode ser um robô", explicou Supple. As iniciativas de combate a notícias falsas não serão apenas para o período eleitoral. O executivo disse que a empresa está preocupada em lutar contra "violência e discurso de ódio."

É uma questão global: na Índia, correntes veiculadas pelo app têm provocado uma onda de linchamentos. Para combater o problema, a empresa limitou o número de vezes que uma mesma mensagem pode ser encaminhada. Além disso, em julho, o WhatsApp anunciou que distribuirá bolsas de US$ 50 mil para pesquisadores estudarem a relação entre o app e fake news.

Outras empresas

Não é só o WhatsApp que está de olho nas eleições. Nas últimas semanas, as redes sociais Facebook e Twitter também lançaram suas propostas para ajudar a manter a integridade do pleito em 2018. Vale lembrar que esta é a primeira vez que há permissão para propaganda eleitoral paga pela internet.

O Facebook, que faz parte do mesmo grupo econômico do WhatsApp, por exemplo, abriu ontem os registros para candidatos que pretendem utilizar a rede social para veicular anúncios aos eleitores a partir do dia 16 de agosto, quando começa oficialmente o período de campanha. Os interessados deverão implementar medidas de segurança contra fraude nas contas, enviar documentos de identificação e se comprometer com políticas antifraude.

Já os eleitores, por exemplo, poderão verificar anúncios que estão ativos ou já foram veiculados na plataforma por meio de uma função chamada Biblioteca de Anúncios.

Ela está prevista para entrar no ar no dia 16 de agosto. Nela, será possível pesquisar anúncios relacionados a um candidato, feitos por ele ou por seus opositores, e ver quanto dinheiro foi gasto no impulsionamento da publicação, por quem, e qual foi seu público-alvo.

O Twitter, por sua vez, também aposta na inteligência artificial para coibir o uso de robôs (bots), que podem influenciar a opinião pública, na rede social. "Não olhamos o conteúdo dos tuítes, mas sim a conduta e as informações de veracidade dessas contas", explicou Colin Cromwell, vice-presidente de políticas públicas do Twitter, em conversa com jornalistas brasileiros nesta semana. Segundo ele, este é um esforço global da empresa - só em maio, mais de 30 milhões de contas foram suspensas por condutas suspeitas na rede.

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