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Zema admite dificuldade política para privatizar Cemig, prioriza venda da Codemig

27 mai 2020 - 13h08
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), admitiu nesta quarta-feira que tem encontrado dificuldades políticas para levar adiante o plano de privatizar a elétrica estadual Cemig e disse que o foco de sua gestão no momento é a venda da Codemig, que tem direitos de exploração de nióbio.

No começo do ano passado, executivos da Cemig chegaram a apontar a expectativa de que a privatização da empresa pudesse avançar na Assembleia Legislativa do Estado ainda em 2019, mas o governo mineiro ainda não apresentou um projeto sobre a desestatização até agora.

"A privatização sempre fez parte de nossa pauta. Infelizmente, até o momento, não houve clima político, o mineiro tem ainda um apego muito grande, principalmente à Cemig", disse Zema, ao participar de transmissão ao vivo da Genial Investimentos.

"Nós temos privilegiado a privatização da Codemig, que é uma empresa desconhecida, porque detém apenas os direitos minerários do nióbio. Mas a pauta do meu governo realmente é privatizar todas empresas", acrescentou.

A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) é uma empresa de capital misto. A empresa dedica-se à exploração de nióbio em Araxá em parceria com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).

No caso da Cemig, que tem ativos de geração e transmissão de energia e é responsável pela distribuição de eletricidade em Minas, uma desestatização exigiria aprovação em plebiscito popular ou uma mudança na Constituição estadual para retirar essa obrigação.

Analistas políticos já projetavam que o governo de Zema deveria ter desafios para levar a venda da elétrica adiante, em meio à falta de base política da gestão no Legislativo e à importância simbólica para os mineiros da companhia, criada em 1952 pelo então governador estadual Juscelino Kubitschek, conforme publicado pela Reuters em agosto passado.

Zema disse que o plano para a venda da estatal envolverá mudança constitucional, uma vez que avalia que uma votação popular sobre o destino da companhia seria "extremamente onerosa e complexa".

Ele também afirmou que teve muitas dificuldades no relacionamento com a Assembleia Legislativa, principalmente até o final do primeiro trimestre deste ano, quando promoveu mudanças em suas lideranças políticas.

"Como o Partido Novo não havia assumido nenhum cargo político, não tínhamos ninguém com histórico político. Somos todos novatos na questão de carreira política", explicou.

"Desde março... o relacionamento com a Assembleia melhorou bastante... até o recesso de meio do ano teremos um grande avanço, principalmente na votação das reformas estruturais", afirmou o governador.

Ele não apontou, no entanto, cronogramas estimados para o andamento das desestatizações da Cemig e da Codemig.

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