Enquete realizada pelo Terra Estasão com internautas revelou que 29,5% acham a corrupção o principal problema do Brasil hoje. O jornalista Adhemar Altieri, diretor de Informações da Rádio Eldorado, perguntou ao presidente por que o ex-ministro dos Esportes, Rafael Grecca, envolvido em várias denúncias, não comprovadas, de irregularidades na concessão de registro para a concessão e funcionamento de bingos, demorou tanto para ser afastado do cargo. O presidente alegou "não foi nada comprovado (...) Eu não posso atuar agora como um ferrabrás, que denunciou, puniu. O poder público, o perfil do presidente tem que ser equilibrado”.O internauta Carlos Fernandes de Oliveira, 40 anos, auxiliar de enfermagem, perguntou ao presidente por que, mesmo quando se comprova o desvio de dinheiro público, esse dinheiro nunca é recuperado e por que se perpetua a impunidade nessa área? Para o presidente, a pergunta não coincide com a preocupação da população nas pesquisas. “A média dos que se preocupam com corrupção é 7%”, disse.
FHC garantiu que o corrupção e a impunidade não aumentaram no seu governo. “O Brasil não agüenta mais a corrupção, não agüenta mais a impunidade. E não é que tenha aumentado. Não aumentou”. O presidente garantiu que não há no governo federal corrupção sistêmica. “Eu não posso dizer que não há corrupção, porque eu não sei, um ou outro caso pode haver, mas não há um sistema montado de corromper como houve em vários níveis da administração pública no passado e até no presente, como se viu em certas regiões do Brasil, sobretudo a nível local”.
O presidente frisou ainda que o problema da impunidade não compete ao Executivo e sim ao Judiciário. “Punição não é um ato do Executivo, é um ato do Judiciário. A legislação brasileira, o processo penal e o processo, em geral, são muito lentos, permitem muitas marchas e manobras”, afirmou.
FHC lembrou que “os anões do orçamento até hoje estão sem nenhuma penalidade”, que a “morosidade da Justiça existe”, mas ressaltou que as coisas estão melhorando. “Temos hoje grandes empresários presos, no caso daquele do Tribunal de São Paulo. Nós temos gente fugida, gente de classe chamada elevada . O Congresso cassou muitos mandatos, há processos de cassação de mandatos em curso no Congresso”.
