Quarta-feira, 18 de junho de 2004
Exu, o anjo rebelde
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Significado: esfera Dia da semana: Segunda-feira Cores: vermelho (ativo) e preto (absorção de conhecimento) Saudação: Laroiê; Salve Exu Número: 1 Elemento: fogo Domínio: encruzilhada Instrumento: sete ferros presos numa mesma base, voltados para cima
Com sua natureza andrógina, Exu é o primeiro a ser citado servindo como numa espécie de função diplomática (recadeiro ou mensageiro) entre todos os Orixás e os seres humanos. De acordo com a mitologia africana, é o princípio dinâmico que possibilita a existência, sendo responsável pelo destino da cada um; ou seja, cada pessoa antes de nascer escolhe seu destino, determinando as características individuais de sua personalidade. Exu é o regulador do cosmos, o deus da ordem. É o "recadeiro" das divindades para fins úteis, passando a ser brincalhão quando pede-se sua ajuda para uma questão fútil.
Tem forte ligação com o fogo, simbolizando seu lado ativo, de crescimento. Exu não é "o escravo do Orixá" nem pode ser sincretizado com o diabo, como muitos brasileiros crêem, baseados na tradição católica. Seu símbolo são os sete ferros voltados para cima representando os sete caminhos do homem. É o mais humano dos Orixás, sendo uma divindade de fácil relacionamento.
Não é dele a responsabilidade de decidir o que é certo ou errado; apenas realiza a tarefa para a qual foi invocado. Tem o mesmo papel do deus Mercúrio, o mensageiro dos deuses do Olimpo encarregado de todos os seus negócios, até mesmo os desonestos na mitologia grega. Sua função de contato entre o babalaô e os demais Orixás faz com que supere o real e atinja o supra-real, o mágico. São os Orixás que respondem no jogo de búzios, mas é Exu que traduz as respostas. Ele poderia ser considerado como um "anjo rebelde", lendário e heróico.
Monica Buonfiglio
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