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Cada um de nós tem dentro de si, Deus, deusas, anjos ou anjas, guardados nas entranhas da alma. Dependendo de quem você seja, alguns desses seres são mais fortes, outros mais fracos, alguns nos auxiliam, outros nos atrapalham. Contudo, estão todos lá, morando no inconsciente. Pelo livre-arbítrio evoluímos ou não, usando nossa energia positiva ou negativa, que pode determinar o nosso destino.

Atualmente não vejo os homens resistentes aos temas relacionados a espiritualidade, como ocorria há algum tempo atrás. Ao contrário, a presença masculina nas minhas conferências aumentou consideravelmente desde 1997.

Mulheres fortes resistiram às suas convicções e conseguiram ver o quanto tudo é frágil e manipulado. O universo se transforma a cada segundo e todas as consciências também.

Acredito que em um determinado período da sua vida, a religião pode ter sido um salva-vidas, uma ajuda necessária, pois é próprio do ser humano querer se integrar, fazer parte de um grupo. Porém não podemos nos esquecemos de que é o amor que dá sentido a vida, e ele não pode ser usado como instrumento para discriminar.

Sempre me considerei responsável ao expressar que acredito nos fenômenos espiritualistas, cujos temas tem sido o motivo da minha vocação literária e diversidade dos meus livros. Ao ler a Revista Isto É, de 6-10-2004, Cartas, onde o leitor Osman Beltrão ficou indignado com uma reportagem que saiu anteriormente sobre o mau uso da frase: Deus é fiel, entendi que não era apenas eu que pensava desta maneira sobre isto: não entendo quando alguém diz ou escreve uma frase como esta: Deus é fiel!

Fiel à que? Fiel à quem? À um time de futebol? Ao Corinthians? O correto não seria afirmar: Eu sou fiel à Deus porque o amo, pratico o bem?" Não são estes os fatos que tornam o ser humano digno e fiel diante Deus? Em Corintos I, 1:9 está escrito "Fiel é Deus".

As pessoas estão centradas no egoísmo e não me espantaria ler: "Deus é fiel a mim!". Fico preocupada ao ver instituições a beira do desespero, uma sociedade espectral tentando fazer crer que tudo o que está sendo feito, pareça um trabalho em vão, destrutivo, sem saída. Criaram uma espécie de fábrica de catástrofes para deixar todos nós, sem segurança, forçando-nos a continuar engatinhando, recebendo ordens para tomar cuidado e não nos deixar levantar para que possamos sustentar-nos com as duas pernas e optar pelo melhor caminho.

À medida em que nos tornamos mais inteligentes e deixamos de temer o desconhecido, ficamos mais próximos de Deus. Só o religare com Deus, com amor e através do amor, é possível suportar as dificuldades; não aceito o que é processado de maneira coercitiva e fanática, mas aceito na "liberdade de crer".

O verdadeiro valor consiste em saber quem você é, viver plenamente e morrer quando for a hora de morrer.

Monica Buonfiglio